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Algarve esgota em agosto mas não recupera receitas

Muitos portugueses arrancam hoje para o descanso de verão: mais curto, mais barato e gozado em destinos nacionais

 

Marina de Vilamoura

Marina de Vilamoura

Hoteleiros e agências de viagens são unânimes nas previsões de quebra do negócio no acumulado do ano, ainda que prevejam um mês de agosto com ocupações perto dos 100% no Algarve. Em grande parte graças a estrangeiros, cuja procura “aumentou 15% a 20%”, de acordo com alguns operadores.

“A contração do poder de compra das famílias tem sido aproveitada pelo alojamento não licenciado, que aumentou brutalmente este ano”, denuncia Luís Veiga, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal.

“O Algarve está com um desempenho muito positivo. Mas o aumento da ocupação é muito condicionado pelo preço, que não é aumentado há bastante tempo, enquanto os custos com impostos e burocracias têm cortado às receitas líquidas da hotelaria”, explica o hoteleiro, que diz que os “preços teriam de aumentar entre 15% a 20% para manter a viabilidade das margens hoteleiras”.

Há regiões – como os Açores ou o Centro – que, com ocupações “a rondar os 35% vivem momentos preocupantes e nem com ocupação a 50% com os preços atuais se tornam viáveis”. Porém, este ano, o responsável nota “procura em regiões menos maduras [como o interior ou o Norte], do ponto de vista turístico, que apostaram em formatos diferenciadores”.

Fonte da Agência Abreu, líder de mercado em Portugal, confirma que “este ano há mais apetência dos portugueses por outros destinos internos, como o Douro, o Minho ou o Alentejo”. Algarve e Porto Santo são, porém, os dois destinos internos mais procurados.

Quatro dos cinco destinos mais procurados pelos portugueses no motor de buscas do Trivago para agosto são no Algarve (o terceiro é Lisboa), mas já surgem destinos como Peneda-Gerês em sétimo ou Peniche em oitavo. E, no mesmo motor de busca, os hotéis mais perto de esgotar entre 2 e 23 de agosto são mesmo em Albufeira, Lagos e Vilamoura.

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo refere que “as agências foram obrigadas a ter ofertas para um perfil de consumo mais constrangido. Fora a semana de férias no Algarve, este ano há mais procura para o interior do país, o que significa que as pessoas estão a tentar viajar, por menos dinheiro e por menos tempo, mas sem deixar de o fazer”.

Fonte: Dnheiro Vivo / D.R.

Categorias:Algarve, Turismo

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