Este sábado, 22 de fevereiro, pelas 15h00, Alberto Silva Branco Rebelo apresenta o livro “Alia & Alima – Diálogos Improváveis”, na Biblioteca Municipal Sophia de Mello Breyner Andresen, em Loulé.
Alberto Silva Branco Rebelo nasceu a 9 de fevereiro de 1957, na Covilhã, distrito de Castelo Branco, ainda menino, vai viver, com seus pais, para a cidade da Beira, na ex-colónia portuguesa de Moçambique. Inicia a vida escolar no, então, distrito de Tete, regressando àquela cidade no ano de 1966. Com a deslocação de seus pais para Mocímboa da Praia, pequena vila do nordestino distrito de Cabo Delgado, é mandado para Lisboa, em 1968, onde fica a residir com familiares até 1971, regressando nesse mesmo ano a Moçambique para a belíssima cidade de Porto Amélia, hoje Pemba. Com o final da Guerra Colonial, regressa à metrópole em novembro de 1974, no âmbito do processo de descolonização. Fixa-se em Viseu até 1978 de onde sai para a Marinha Grande, iniciando a sua vida laboral. Acaba por vir a residir em Faro, em 1981, onde ainda permanece e trabalha, até hoje, tendo estado também a laborar na Câmara Municipal de Loulé de 1987 até 1999.
De muitos locais por onde passou, ficou sempre a saudade das gentes e dos locais, mas o gosto pelos grandes espaços e pela natureza deixou-lhe profundamente impressa na alma os aromas e paisagens africanos. Sem ser saudosista, mas amante das memórias, sonha com o dia em que voltará a pisar solo de África e reencontrar-se, enfim.
Sinopse do livro: «Estava siderado com o que ouvia.percebia. Sentia-me tão estranho ao aperceber-me de quantas diferenças havia entre nós e das barreiras que se levantavam. Senti-me de repente agoniado e a cabeça a girar loucamente. Recebi um pequeno “toque” no meu ombro esquerdo. Era um dos seis dedos de “Zaiez” que me transmitia aquilo que me pareceu uma carícia, para me acalmar. Olhei para ela mas não me pareceu que sorrisse. No entanto, só retirou o dedo do meu ombro quando me viu recuperado. Não posso jurar, mas pareceu-me que semicerrara um dos olhos. Não pude evitar um comentário: “- Desculpem. É que um gajo recebe estas emoções fortes e. vai-se das ‘canetas’!” – Desabafei, revelando a minha surpresa. Ao que me respondeu: “- Melhor agora! Já sinto o teu equilíbrio regressar aos níveis habituais. Estudámos os vossos comportamentos, o vosso modo de vida, tudo o que pudesse ser útil para este contacto.” Continuou: “- Entre outras coisas, as formas verbal e não-verbal de comunicar entre vós. Assim, não fiques admirado por nos expressarmos na tua própria linguagem e de revelarmos, por vezes, conhecimentos sobre vós que à partida nos estariam, teoricamente vedados!”. E desta feita fez um trejeito que traduzi por um sorriso. “- Então,” – respondi em jeito de continuação, – “se me é permitido, deixa-me que te chame ‘Alima’” – disse-lhe, e voltando-me para “Zaiuz” – “e a ti ‘Alia’! ‘Alima’, de ‘alma irmã’. ‘Alia’, de ‘aliada’. Creio que compreendem o que quero dizer, para além de me ser muito mais fácil pronunciar!” – Conclui. Anuíram em simultâneo.»
Esta apresentação tem entrada livre.
Por: Município de Loulé





