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VII Congresso Nacional de Cuidados Paliativos no Carvoeiro | 27 a 29 de Março

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) alerta para a necessidade urgente de dar resposta aos milhares de portugueses que não têm acesso aos cuidados paliativos. No Serviço Nacional de Saúde estima-se que no máximo, apenas 10% da população seja referenciada para esta tipologia se serviços, quer estejam ou não incluídos na Rede Nacional de Cuidados Integrados.

cartaz

 

Cerca de 90 por cento da população que precisa de cuidados paliativos em Portugal não os recebe. Segundo o relatório da Entidade Reguladora da Saúde* entre Janeiro de 2011 e Setembro de 2012, apenas 3.450 doentes foram referenciados para a rede nacional de cuidados integrados. Fica claro que, nem o Serviço Nacional de Saúde, nem as entidades fora da rede e os privados conseguem dar uma resposta a estas milhares de pessoas, todos os anos”, alerta Manuel Luís Capelas, Presidente da APCP.

28 de Março, 09h00

Apresentação do documento de Consenso em Cuidados Paliativos Pediátricos, Dra. Ana Lacerda (Comissão de Cuidados Continuados e Paliativos da Sociedade Portuguesa de Pediatria)

Em Portugal ainda não existem serviços ou equipas especializadas em cuidados paliativos pediátricos. Há falta de organização dos serviços, formação dos profissionais e apoio às famílias.

29 de Março, 11h30

Apresentação da Investigação em Cuidados Paliativos Domiciliários, pela Prof. Bárbara Gomes, da King´s College

O estudo é uma meta-análise de dados relativos a mais de 37.500 doentes com doenças em fase avançada incluindo cancro, insuficiência cardíaca, doenças respiratórias

e neurológicas

Estas e outras questões são debatidas no VII Congresso Nacional de Cuidados Paliativos, que decorre no Hotel Tivoli Carvoeiro, no Algarve.

Os cuidados paliativos sofrem vários problemas, nomeadamente:

  • Desconhecimento da população em relação aos cuidados paliativos (não sabe onde os procurar)
  • Burocratização, com tempos de referenciação muito lentos que não se compadecem com as necessidades dos doentes (50% das pessoas morrem antes de serem chamadas)
  • Não haver regulamentação da actividade (a APCP está há 1 ano a aguardar pela legislação)

Para Manuel Luís Capelas “há uma necessidade clara de implementar um programa nacional de cuidados paliativos de forma a obter ganhos na qualidade de vida dos doentes e suas famílias. A prioridade deverá ser dada à criação de uma rede de cuidados paliativos domiciliários, que apoiará a rede hospitalar, tendo sempre profissionais de saúde devidamente treinados, assim como efetivar o cumprimento do Despacho n.º 7968/2011 que impõe a criação das Equipas IntraHospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos nos hospitais do SNS”.

De acordo com os dados do INE de 2007, estima-se que faleceram no país 103.512 pessoas, sendo que 62.107 tiveram necessidade de cuidados paliativos. Assim, haverá necessidade de uma média de**:

  • 133 equipas de cuidados paliativos domiciliários, com 265 médicos e 465 enfermeiros com formação específica)
  • 102 equipas intra-hospitalares de suporte em cuidados paliativos (com 204 médicos e 357 enfermeiros com formação específica)
  • 1062 camas para internamento, o que corresponde a cerca de 89 unidades (30% delas em hospitais de agudos e as restantes noutras tipologias de instituições) com 200 médicos e 500 enfermeiros/dia

Estas e outras questões são debatidas no VII Congresso Nacional de Cuidados Paliativos, encontro científico conta com a participação de mais de 600 profissionais de saúde na área dos cuidados paliativos e é realizado no Hotel Tivoli Carvoeiro, no Algarve.

*Estudo Entidade Reguladora da Saúde, 5 de Fevereiro de 2013: “AVALIAÇÃO DO ACESSO DOS UTENTES AOS CUIDADOS CONTINUADOS DE SAÚDE”;

**”Cuidados Paliativos – Uma Proposta para Portugal”, por Manuel Luís Capelas, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Católica Portuguesa.

Sobre a APCP

A APCP, é uma associação profissional, que congrega profissionais de múltiplas áreas e proveniências, que se interessam pelo desenvolvimento e prática dos cuidados paliativos, que no entanto NÃO É PRESTADORA DIRECTA DE CUIDADOS A PESSOAS DOENTES E SUAS FAMÍLIAS.

Foi fundada na Unidade do IPO do Porto em 1995 e pretende essencialmente: 

  • Ser um pólo dinamizador dos cuidados paliativos no nosso país e um parceiro privilegiado no trabalho com as autoridades responsáveis pelo desenvolvimento destes serviços
  • Trabalhar em sinergia com organizações que visem o desenvolvimento dos CP e áreas afins em Portugal e no estrangeiro
  • Contribuir para a credibilização e garantia da qualidade das estruturas que prestam e/ou venham a prestar cuidados nesta área
  • Apoiar os profissionais de saúde que se queiram dedicar a esta área da saúde e fortalecer a investigação específica a desenvolver

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