Criar um Observatório Municipal de Lagoa, “que permita ao executivo conhecer bem o seu território e à UAlg mostrar aos alunos como o conhecimento que adquirem pode ser aplicado e plasmado em casos concretos no terreno”, é um dos grandes objetivos da parceria que irá ser estabelecida entre a Universidade e o Município de Lagoa, resultante da visita que o Reitor, António Branco, realizou no passado dia 14 de março, a este concelho.
O Convento de S. José serviu de ponto de encontro para uma conversa informal, onde se abordaram as temáticas relacionadas com as grandes áreas de atuação, os objetivos estratégicos e algumas parcerias que já existem entre as duas instituições, como por exemplo um estudo da viabilidade da criação da empresa intermunicipal para o setor da água, resíduos e limpeza urbana, que resultará da extensão da EMARP de Portimão para Lagoa, várias auditorias à Fatacil, entre outras.
Reconhecendo a Universidade como um centro de conhecimento e de reflexão, o presidente da Câmara Municipal, Francisco Martins, apresentou ao Reitor alguns temas como passíveis de desenvolvimento de trabalho conjunto, entre os quais o ordenamento do território e potenciais os nichos de turismo a explorar.
Depois da conversa sobre a constituição de um “Observatório Municipal de Lagoa”, cujos representantes serão Nuno Loureiro, professor da UAlg, e José Vieira, técnico municipal, foram apresentados os “Encontros de Fotografia de Lagoa 2014 – Para Além do Azul do Mar”, que será o primeiro projeto a desenvolver conjuntamente.
Entre os vários pontos de interesse, a equipa reitoral visitou o Promontório de Nossa Senhora da Rocha, um dos pontos mais visitados do concelho, com a sua ermida classificada, e que se encontra em perigo de desmoronamento. A erosão costeira, a realização de um estudo sobre a possibilidade de reforço daquela estrutura e os problemas das pequenas comunidades piscatórias foram alguns dos temas abordados nesta conversa.
Seguiu-se o Forte de N. S. da Encarnação, no Carvoeiro, onde foram apresentadas temáticas como o turismo de natureza e turismo inclusivo, as tendências da procura turística, as alterações climáticas e a evolução a médio prazo da capacidade de carga das praias e arribas. Depois a comitiva dirigiu-se para o Estacionamento do Molhe, em Ferragudo, uma vila com alguma atividade piscatória, mas que precisa, segundo o seu presidente de junta, Luís Alberto, de encontrar o equilíbrio entre a atividade turística e aquilo que ainda se faz no local. Aqui, o Reitor ficou a saber que “os cetáceos são uma espécie que durante muito tempo esteve afastada da nossa costa, mas que com a estratégia de defesa da espécie a situação reverteu-se, havendo já, em determinadas zonas, excesso de cetáceos que acabam por prejudicar a pesca”. Também foi lançado o repto à UAlg para intervir com algum estudo de investigação que permita encontrar o equilíbrio necessário nesta matéria.
Este périplo incluiu ainda uma passagem pelo Sítio das Fontes e terminou com uma visita à Quinta dos Vales, em Estômbar, onde foram equacionadas possíveis parcerias, depois de visitar as caves e degustar alguns vinhos.
Recorde-se que este Reitor elegeu como uma das finalidades estratégicas do seu mandato (2014-2017) estreitar ainda mais a relação da Universidade com a região, para que se possa estabelecer uma colaboração de grande proximidade e construir um espaço privilegiado de reflexão e de ação conjunta. Já visitou o concelho de Loulé e, depois de Lagoa, seguem-se Castro Marim, dia 25, e São Brás de Alportel, dia 28 de março.
Para António Branco, estas visitas a todos os concelhos do Algarve são uma maneira de dizer aos seus munícipes que “a Universidade está aqui também por causa desta região”. Portanto, são “uma forma de o Reitor se colocar à disposição dos concelhos para facilitar as relações e promover projetos comuns”.
Por: Laura Alves / UAlg
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