Algarve

O turismo no Algarve também se deve promover assim

Artigo de Opinião de Francisco Amaral – Autarca médico (partilhado no Facebook)

Francisco Amaral - Presidente da Câmara Municipal de Castro Marim

Francisco Amaral – Presidente da Câmara Municipal de Castro Marim

Em vez das notícias de terror da falta de seringas, agulhas, ou compressas, com ou sem razão, mas sempre com muita emoção.

Por exemplo, o serviço de cardiologia do Centro Hospitalar do Algarve (Hospital de Faro) é dos melhores da Europa, o que permite a vinda descansada de qualquer turista, pois em caso de acidente cardiovascular terá toda a assistência que normalmente é prestada nos melhores centros hospitalares europeus.

Bem-haja a todos os que permitem este serviço de excelência.

MILAGRE LUSÍADA?

Quantas dezenas, centenas, talvez milhares de vezes, o Hospital de Faro (muda de nome frequentemente) esteve na berlinda? E sempre por más razões, como convêm à comunicação social tabloide, sempre sequiosa de tiros, facadas, violações e outros.

Umas vezes com razão outras, nem tanto, mas sempre com muita emoção à mistura como o cenário o aconselha. Quando no fundo, por detrás desta aflição toda, está a crónica falta de médicos-especialistas nos Hospitais algarvios e uma crónica incapacidade e adinamia dos nossos governantes centrais para a resolver. E, milagres ninguém faz! Ou melhor, fazem alguns. Como é possível, com 1,2,3 médicos da mesma especialidade, colocar a funcionar um serviço hospitalar como dermatologia, oftalmologia, neurocirurgia, otorrinolaringologia, etc.?!…
É de louvar o trabalho árduo destes médicos. A comunicação social, a opinião pública em geral, emotiva ou não, já deu o justo valor e relevo a estes médicos? Não me parece!…

Em contrapartida, e ao lado destes serviços exangues de médicos-especialistas, que, naturalmente, fogem para a medicina privada, onde auferem mais em 3 ou 4 dias do que no mês inteiro no hospital do estado, existem também serviços de excelência neste hospital. Alguns até rivalizam com altas clínicas sofisticadas e bem pagas da Europa.

Também não me recordo de se falar nestes serviços hospitalares em alguma comunicação social. Por exemplo, o serviço de cardiologia. Criado, entre outros, pelo Dr. Veloso Gomes, “a escopo e martelo” e com muitos murros na mesa. Estagiei nele ainda no tempo do Dr. Gago Leiria. Agora chefiado pelo Dr. Ilídio de Jesus. Há 20 anos visito-o quase todas as quintas-feiras. Esta última semana visitei-o na madrugada de sexta, às 5 e meia da manhã. Na horizontal. “Deu-me para aqui” e com muita emoção à mistura. Agora, mais racional, confirmei as virtualidades de excelência deste serviço, fim de linha da via verde. Esperava-me o Dr. Vítor Brandão, como já esperou por milhares de algarvios e outros. E, EM POUCOS MINUTOS, TRANSFORMOU UM PROBLEMA COM PASSAPORTE PARA O OUTRO LADO, NUMA ESTADIA AGRADÁVEL DE 2 DIAS DE AFETOS.

Milagres? Deuses? Não! Foram pessoas, gentes, médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares. Permitam-me que fale superficialmente do colega Vítor Brandão. É uma pessoa simples, que passa despercebido. Fumador. É, para mim, há muito tempo, a pessoa mais valiosa do Algarve.” Daqueles que por obras valorosas se vão da lei da morte libertando”. Este nadador- salvador já foi buscar milhares de aflitos “aos mares tormentosos nunca antes navegados”…

Quando penso nos vencimentos obscenos de certos administradores de empresas públicas ou “privatidadas”, geralmente ” boyada” rosa ou laranja que nos fazem pagar, por exemplo, a eletricidade a preço de ouro; quando penso na nacionalização rosa da “chulice” laranja do BPN que todos estamos a pagar; quando penso que nos querem privatizar a água, esse bem tão essencial à vida; quando penso nos médicos que nos faltam nos hospitais do estado porque não lhes pagamos justamente, digo: “Que raio de mundo injusto é este”.

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