O Reitor da Universidade do Algarve visitou, no dia 11 de abril, a beleza e a tranquilidade do Algarve natural do concelho de Alcoutim. Sobre estas visitas, António branco explica: “eu estou aqui, não vim fazer nada de novo, mas estou a ajudar a tornar visíveis projetos que nasceram dentro da Universidade, que não teriam sido possíveis se a UAlg não existisse, estou a ajudar a confirmar e a apoiar uma grande relação que existe com a região, há já muitos anos.
António Branco foi recebido, às 10h00, no salão nobre dos Paços do Concelho, pelo presidente Osvaldo Gonçalves, onde se reuniu com o Executivo Municipal, o Presidente da Assembleia Municipal, o diretor do Agrupamento de Escolas de Alcoutim e Martim Longo e alguns alunos formados pela UAlg que estão a trabalhar no concelho. Perante esta assembleia, o Reitor assumiu que estas visitas estão a ganhar uma importância que transcende a própria iniciativa, realçando ainda a “maneira calorosa” como a equipa reitoral tem sido recebida.
Em Alcoutim, António Branco evidenciou a importância de construir uma “rede de afetos” porque as relações humanas potenciam a capacidade de trabalho e as parcerias. O reitor não deixou de salientar “as grandes desigualdades que existem entre concelhos”, assumindo que os do interior têm para si um grande significado e prometendo que a distância entre Alcoutim e a Universidade do Algarve será apenas artificial.
“A UAlg tem que apostar na identidade do Algarve”
“A UAlg é a Universidade da região, portanto, tem que apostar na identidade do Algarve”. António branco diz que em todos os concelhos em que tem estado, encontrou uma presença muito forte da Universidade, porque “a partir da investigação foram criados negócios e empresas que têm uma utilidade social evidente.” Para o Reitor, a UAlg tem que encontrar uma maneira de dar visibilidade a todos os projetos que estão a decorrer pelo Algarve, para que se possa constatar, de uma vez por todas, que a Universidade não está de costas voltadas para a região. Esta visibilidade pode tornar mais fácil a comunicação entre a UAlg e a região e eliminar alguma sensação que ainda possa existir de que as relações são difíceis. Sendo Alcoutim o sexto concelho visitado pelo Reitor, e questionado sobre se existe uma marca da UAlg na região, António Branco é perentório em afirmar que essa marca existe, contudo não descarta a hipótese de ainda poder fazer melhor, mas, refere, “aquilo que esta feito é muitíssimo bom”.
O que, na sua opinião, se tem verificado até ao momento são várias iniciativas de indivíduos dentro da Instituição, o que compete agora à equipa reitoral é dar internamente um sentido a esse trabalho, propondo uma forma de organização, de maneira a dar-lhe uma dimensão estratégica. “Quanto mais conseguirmos mostrar e afirmar estes projetos de relação muito próxima entre a UAlg e a atividade cultural, social e económica da região, mais legítima se torna toda a outra atividade da Universidade, que por missão não tem esse objetivo, porque existe uma parte fundamental da investigação que não tem uma relação ou aplicação direta com a vida das pessoas naquele momento, mas que faz parte da missão de uma universidade.
Empreendedorismo em Alcoutim made in UAlg
Da parte da tarde, a equipa reitoral começou por visitar a Dandlen & Vasques, na Zona Industrial de Alcoutim, Balurcos, que foi criada no âmbito do 1º Concurso de “Ideias em Caixa” promovido pela UAlg, através do CRIA, em 2004. A empresa, que trabalha em parceria com produtores locais e associações, dedica-se à transformação de produtos derivados de plantas aromáticas e medicinais, principalmente óleos essenciais. Estes produtos, dirigidos à indústria de cosmética, perfumaria, farmacêutica e à indústria alimentar, já são comercializados para países como a Alemanha, EUA e Reino Unido. Atualmente, a Dandlen & Vasques está interessada na área da biotecnologia vegetal e tem vindo a desenvolver algumas atividades de investigação, em parceria com o Laboratório de Virologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da UAlg, com a qual tem um protocolo de cooperação. Susana Anahi Dandlen, natural da Argentina, a morar em Portugal há 18 anos, é quem gere esta empresa, juntamente com o marido. Bióloga de formação, está a acabar o doutoramento em Virologia Vegetal, na Universidade do Algarve, onde trabalha desde que deixou o seu país de origem. Sobre a Dandlen & Vasques, Susana explica que se trata de uma spin-off da UAlg, que nasceu a partir da Universidade, que foi sempre apoiada por esta instituição, quer com protocolos para a utilização de estruturas, quer no apoio da formalização de projeto, no plano de negócios, entre outros. “Nós somos filhos da Universidade”.
Seguiu-se uma reunião com a Associação Terras do Baixo Guadiana, que tem como principal objetivo a promoção do desenvolvimento económico, social e cultural da região. A equipa reitoral ficou a par do trabalho desenvolvido e da forma de aproximação desta associação com as forças vivas locais, quer através da realização de candidaturas a programas, projetos, ações e medidas nacionais e comunitárias, quer através da sua gestão criteriosa, abordando áreas como a formação, o desenvolvimento social e económico e o ordenamento e sustentabilidade ambiental.
De seguida, o Reitor visitou a Associação de Proprietários Florestais das Cumeadas do Baixo Guadiana, em Pereiro, que conta já com mais de 300 associados e pretende “reduzir a desertificação de recursos e gentes”.
Este périplo terminou, em Martim Longo, na exploração agrícola V. LuzAgro, que produz azeitona e opuntias, tendo como inspiração fazer um produto diferente, tradicional, biológico e 100% Português, para competir no mercado nacional e internacional.
Se para António Branco estas visitas têm sido cruciais para estabelecer uma colaboração de maior proximidade e construir um espaço privilegiado de reflexão e de ação conjunta, também para os municípios são vistas como uma iniciativa inédita por parte de um Reitor. “É uma ideia fantástica, é algo que nunca se fez, e a prova que poderia faltar para percebermos a sua importância foram os contactos feitos no terreno”, constatou Osvaldo Gonçalves, acrescentando ainda que o balanço desta iniciativa é excelente. “Estar com as pessoas faz-nos ter outra consciência e, consequentemente, avaliar melhor as situações, daí a importância de construir uma “rede de afetos”.
Por: Laura Alves | Assessora de Imprensa | Gabinete de Comunicação e Protocolo da UAlg
Categorias:Alcoutim








