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Gás engarrafado | Consumidores pagam gás que não usam

Numa botija de butano existem sempre cerca de 300 gramas de gás que são devolvidos à marca. Mas se aquela só for usada num esquentador, a quantidade de gás que não é queimado e volta para a marca ronda os 3 quilos. Para quem compra uma botija por mês, representa um desperdício até € 72 anuais, que corresponde ao custo de quase 3 garrafas de gás.

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Na sequência de alertas de vários consumidores, a DECO avaliou se a quantidade de gás que vem nas botijas corresponde ao anunciado e se ficam mesmo vazias, quando chegam ao fim. Com base na análise de 40 botijas adquiridas no Algarve, na Grande Lisboa e no Grande Porto, a DECO concluiu que o problema não está na quantidade comprada, que, regra geral, corresponde à anunciada, mas no gás que fica na botija quando esta já não se consegue usar.

O problema é maior quando a botija só é usada no esquentador.

Se puder também colocá-la no fogão, gaste aí o gás remanescente. Mesmo assim, não queima todo e sobram, em média, 285 gramas. Ao considerarmos que 58% dos lares consomem gás butano, se os consumidores usarem 12 garrafas por ano e devolverem cada uma com quase 300 gramas de gás, as marcas têm um ganho anual mínimo que ronda os 16 milhões de euros.

Há que rever a forma como o gás engarrafado é vendido, de modo a impedir que os consumidores fiquem prejudicados.

O correto é que aqueles paguem exatamente o que consomem.

Alguns motivos que podem explicar o desperdício de gás são eventuais problemas e danos nas válvulas das garrafas ou a presença de contaminantes e impurezas no interior da garrafa. Daí a DECO apontar como fundamental uma revisão e um reforço das medidas de controlo de qualidade e segurança, não só ao nível das garrafas, como do próprio gás e do processo de enchimento.

É ainda importante aumentar a transparência através de um processo que permita uma fácil rastreabilidade das garrafas de gás. Destas deveriam constar informações obrigatórias como a data, lote e local de enchimento.

Para aumentar a concorrência, é fundamental caminhar-se para uma unificação dos formatos dos sistemas de encaixe rápido dos redutores nas garrafas, não só entre as várias marcas, mas também entre Portugal e Espanha. Por fim, a DECO defende que é fundamental que a recém-criada Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis entre em pleno funcionamento o mais rápido possível e que a habitual burocracia do Estado não seja um entrave a uma boa ideia para o setor. Enquanto tal não acontece, a DECO, através do portal www.poupenabotija.pt, ajuda os consumidores a encontrar

o preço mais baixo na sua zona de residência e a descobrir se estão a usar o gás correto, com base no seu perfil de utilização.

Por: DECO Proteste | www.deco.proteste.pt

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