Opinião

Junta de Freguesia de Quarteira mostra o caminho que deve ser seguido pelo país

Artigo de Opinião de Jorge Matos Dias

Ontem à noite, na Assembleia de Freguesia, a propósito do saldo positivo de 73100,00 euros do exercício de 2013, ouvi David Pimentel, membro do executivo da junta, dizer que “temos de devolver às pessoas aquilo que é delas. A junta de freguesia não tem que ter lucro”.

Mesa da Assembleia de Freguesia de Quarteira de 28 de abril

Mesa da Assembleia de Freguesia de Quarteira de 28 de abril

Eu já estava a perder a esperança. Afinal, parece que sempre vale a pena ter confiança no futuro. Vivemos tempos perversos em que as orientações do Governo Passos/Portas vão no sentido de os organismos/serviços públicos enveredarem por práticas empresariais. Tudo tem que dar lucro. Pagamos a Educação, pagamos a Saúde, pagamos a Justiça, pagamos tudo. Até se pode aceitar. Pague-se tudo. Mas, nesse caso, então deixamos de pagar impostos. Como as coisas estão, venho fazendo a mesma pergunta mas ainda não obtive resposta: “Para que é que pagamos impostos?”. Para pagar a dívida, dirão. Sim, pague-se a dívida. Mas não “custe o que custar”, como diz Passos Coelho. A dívida sim, mas juros obscenos não. Depois de serem governantes, lá são eles requisitados pelos donos do dinheiro a quem pagaram (com o nosso dinheiro) os juros obscenos.

Neste contexto, ouvir um político dizer que o setor do Estado não tem que ter lucro, faz renascer em mim a esperança que já tinha perdido. Ainda por cima, no movimento certo: de baixo para cima. Parte de uma junta de freguesia. É uma grande satisfação para mim que seja da Junta de Freguesia de Quarteira, terra que eu amo. Agora, é preciso que tal ideia se dissemine por todo o espaço nacional, contagiando outras juntas de freguesia e outras câmaras para mostrar aos (ir)responsáveis deste país qual o caminho que deve ser seguido (leia-se, baixa de impostos). Só assim se atraem os investidores, se criam novas empresas, novos postos de trabalho e se aumenta a receita fiscal (muito mais pessoas a pagar muito menos). Aliás, penso ter sido a primeira pessoa do mundo, até prova em contrário, a afirmar que quanto mais sobem os impostos mais desce a receita fiscal. Afirmei-o no TUGALIKS em resposta ao primeiro ministro Pedro Passos Coelho em março de 2012, há mais de 2 anos. Mas ninguém me ligou.

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