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Trabalhos artísticos em destaque até ao Verão

As artes plásticas estiveram em destaque nas comemorações do 40.º aniversário do 25 de abril em Lagos. No dia da Liberdade foram inauguradas duas exposições no Centro Cultural de Lagos que podem ser visitadas até ao dia 05 de julho. A Fortaleza Ponta da Bandeira também reabriu, após trabalhos de manutenção e conservação, com novos conteúdos expositivos que estarão patentes ao público até ao final do verão.

Antes que Acabe, de Alonso

Antes que Acabe, de Alonso

“Antes que acabem” é uma abordagem ao 25 de Abril, aos artigos da Constituição Portuguesa e à Declaração dos Direitos Humanos. A autoria dos trabalhos de pintura é escultura é do artista António Alonso. Também conta com poesia e vídeo do conhecido poeta lacobrigense Vieira Calado.

Afirmou um dia António Alonso que “lembro-me da primeira lata que pintei, em 1980. Sem querer ficou a ideia de recuperar, de resgatar, de redescobrir, de remodelar e de reciclar. Viajo com esta ideia quase obsessiva de encontrar objetos e daí resulta o meu universo curricular.” Este projeto, agora dado a conhecer, foi iniciado com uma chapa de zinco encontrada no lixo, onde pintou a Bandeira Portuguesa. Mais tarde fez uma investigação na internet e ficou a conhecer o nome dos 230 deputados da Assembleia da República. Decidiu escrevê-los na Bandeira. Numa terceira fase pendurou-lhe umas bananas. Estava pronta a primeira peça da exposição de Alonso, agora patente no Centro Cultural de Lagos até 05 de julho. São várias as peças que impressionam, mas a peça maior, com cerca de 20 metros de comprimento, salta obrigatoriamente à vista. Pelo tamanho da tela, pelas cores utilizadas, e porque conta uma história. De acordo com o artista, esta tela foi iniciada em 2013, numa altura em que a troika e os mercados colocaram o país numa posição muito complicada. Aliás, o início da tela remete para o universo das tecnologias de números, ratings e valores nas bolsas de Wall Street, passando numa segunda fase para o stress dos corretores de bolsa, seguido do caos total. No final da tela aparecem pintados os “torriscados”, as figuras que, numa primeira fase, ficaram de fora daquele universo, mas que inevitavelmente se acabam por transformar em grandes figuras que mostram o poder do dinheiro.

Ex Cravos, de Alonso

Ex Cravos, de Alonso

Para além das várias peças que aqui se pode conhecer, Alonso também tem duas instalações que integram esta exposição expostas em espaços públicos: os “Ex cravos”, no átrio do edifício do Mercado de Escravos, e os “Troikanos”, no muro da Rua da Barroca, na cobertura do Parque de Estacionamento da Avenida dos Descobrimentos.

Numa outra parte da sala, ficam localizadas as poesias e vídeo de Vieira Calado, também inspiradas no tema do 25 de Abril.

No primeiro andar do CCL, o universo artístico é outro. “Derme ou Epiderme” é uma exposição dos alunos do Curso de Artes Visuais – 12.º Ano – Desenho A, da Escola Secundária Júlio Dantas. De acordo com Ana Glória, professora responsável pelo acompanhamento dos trabalhos, este projeto visa utilizar os mecanismos da linguagem plástica, como forma de comunicação e intervir no âmbito da comunidade, criando hábitos de pesquisa numa temática, neste caso o encontro com o “outro”, a criação de um produto artístico através do desenho e da pintura, explorando a expressão do rosto à descoberta de emoções, reflexos de alguma interioridade e o desenvolvimento da criatividade, a espontaneidade, criando o gosto pela experimentação e reflexão. A Profª Graça Cabrita, diretora do Agrupamento de Escolas Júlio Dantas, aproveitou esta ocasião para agradecer publicamente e dar os parabéns aos professores daquele agrupamento, neste caso concreto aos da área das Artes, “que têm sido incansáveis e desempenhado um trabalho magnífico, bem como os nossos alunos e também os pais, que lhes têm dado todo o apoio nestas atividades”. Também a professora Ana Glória não quis deixar de agradecer aos alunos todo o esforço demonstrado, tanto na aprendizagem mais teórica, como na colocação em prática de todos os ensinamentos que foram passados durante as aulas.

Até final do verão – 30 de setembro – está também patente ao público, na Fortaleza Ponta da Bandeira, a exposição “Lagos e os Descobrimentos – O Traje na Sociedade Portuguesa de Quinhentos”. A mostra centra-se num conjunto de peças alusivas à sociedade da época dos Descobrimentos, com destaque para os trajes e artefactos característicos do quotidiano dos cidadãos quinhentistas do Portugal do século XVI. Pretende-se apresentar ao público algumas das indumentárias de época produzidas para as Feiras dos Descobrimentos que ao longo dos últimos anos marcaram presença regular nos cortejos históricos, em Lagos. Estes trajes, baseados em modelos padrão e documentos históricos da época, foram integralmente produzidos por costureiras do município. Esta exposição procura reconstituir uma faceta menos conhecida do passado de Lagos, a história da moda, que também ao longo dos tempos foi conhecendo sucessivas alterações. O público interessado terá assim oportunidade de revisitar um mundo fascinante, através de réplicas dos tecidos, dos materiais, das formas e dos adereços da época dos Descobrimentos.

Por: Município de Lagos

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