Dia 28 de maio de 2014 | 21h00
Ciclo “A sede de uma espera só se estanca na corrente – 25 de Abril 40 anos”
“Terra de Abril (Vilar de Perdizes)” de Philippe Costantini e Anna Glogowsky. Portugal, 1977. 90 min. Cor e P/B. M/6Q.
Argumento: Philippe Costantini e Anna Glogowsky
Produção: I.M.A./ Copra Films
Som: Jorge Papoula
Música: “Balada”, de Aristides António Drago
Local: Biblioteca Municipal. Entrada livre
– Dia 28 “Terra de abril (Vilar de Perdizes)”, de Philippe Costantini e Anna Glogowsky. Portugal, 1977. 90 min. Cor e P/B. M/6Q.
Argumento: Philippe Costantini e Anna Glogowsky
Produção: I.M.A./ Copra Films
Som: Jorge Papoula
Música: “Balada”, de Aristides António Drago
Prémios e distinções: Prémio Cidade de Santarém no VII Festival Internacional de Cinema de Agrícola e de Temática Rural, 1977
Nesses últimos meses de 74, a brasileira Ana Glogowski e o francês Philippe Costantini instalavam-se em Portugal onde tinham vivido, encantados, o verão a seguir ao 25 de Abril. Chegaram primeiro ao Algarve, a casa do pintor Júlio Pomar, e com o filho deste, Alexandre, subiram “por Portugal acima para ver os cantores que estavam a entrar em Portugal, o Fausto, o José Mário Branco, que passavam pelas aldeias do Norte e iam cantando”, recorda Anna.
Philippe já conhecia vários cineastas portugueses e teve uma oportunidade para trabalhar em “Máscaras” de Noémia Delgado, que o fez descobrir Trás-os-Montes, onde viria a filmar, com Anna, “Terra de abril – Vilar de Perdizes”. “Conheci o Portugal rural e fiquei impressionado com a diferença entre a realidade nas cidades e aquele tempo parado que existia nas aldeias do Norte”, conta.
Numa primeira aldeia, o francês, então de barbas e cabelos compridos, foi olhado com desconfiança. Pensavam que era cubano. Mas depois, através do padre António Fontes, foram parar a Vilar de Perdizes onde puderam filmaram o regresso de uma tradição que desaparecera há onze anos, o Auto da Paixão da Páscoa. Registaram também a vida da aldeia onde os entusiasmos políticos de Lisboa não chegavam – até porque os poucos aparelhos de televisão que existiam transmitiam a televisão de Espanha, onde Franco ainda se mantinha no poder.
E filmaram a campanha eleitoral de 76, os silêncios desconfiados da população a ouvir os políticos vindos de longe e com uma linguagem que não lhes dizia nada. “A palavra coletivo era muito conotada com o PC e o PC não tinha implantação na zona”, conta Philippe. “As pessoas tinham pequenas propriedades e tinham medo de as perder”.
Por: Município de Lagos





