Albufeira

Zoomarine | De volta ao selvagem e de encontro ao Verão

Depois de poucos dias, de algumas semanas e, em alguns casos, de vários meses, chegou a altura de devolver ao selvagem vários cágados endémicos que deram entrada no Porto d’Abrigo do Zoomarine ao longo de 2013 e 2014. A devolução terá lugar a norte de Tavira, numa das barragens da Mata de St.ª Rita, um habitat especificamente escolhido pelo ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, através do Parque Natural da Ria Formosa, como destino final destes cágados reabilitados pelos profissionais do Zoomarine.

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Como já vem sendo hábito há cerca de 15 anos, os cágados deram entrada no Porto d’Abrigo do Zoomarine (o primeiro centro a ser criado, em Portugal para o salvamento e reabilitação de espécimes aquáticos, tais como golfinhos, focas, tartarugas, cágados e lontras-de-rio) por diferentes motivos clínicos e com distintos tamanhos e pesos. No entanto, amanhã, quando regressarem ao selvagem, os cágados que agora conhecerão uma segunda oportunidade de vida independente, terão algumas coisas em comum: estarão todos consideravelmente maiores e mais pesados, e terão um michochip que permitirá uma identificação segura, caso voltem a cruzar-se com equipas de investigadores e/ou de reabilitadores.

Entretanto, sob os cuidados da equipa de reabilitação do Zoomarine continuarão mais alguns cágados, uma foca-cinzenta e uma tartaruga-verde – mas também para estes se prevê uma recuperação completa e uma célere oportunidade de voltar ao selvagem, com recurso a barcos (no caso da tartaruga) e até mesmo a aviões (no caso da foca)…

Mas essas são histórias para próximas calendas – porque, amanhã, os heróis são 8 répteis da mesma espécie (cágados-mediterrânicos, Mauremys leprosa), todos têm nomes muito curiosos e, claro, todos estarão preparados para ir ao encontro dos novos desafios de uma vida no selvagem.

O Porto d’Abrigo do Zoomarine, entretanto, fica um pouco mais vazio… Mas a equipa, que inclui biólogos, veterinários, enfermeiras-veterinárias e outros técnicos zoológicos fica um pouco mais feliz e com o coração um pouco mais cheio.

Por: Élio Vicente, biólogo marinho – Diretor do Porto d’Abrigo do Zoomarine

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