A 13 e 14 de agosto, Thini-á vai estar entre nós para nos contar a história da sua tribo, vai falar da sua missão no mundo e convidar-nos a participar numa roda xamânica. Também vamos aprender as danças e viver momentos de profunda espiritualidade de Fulni-ô.

As atividades vão acontecer entre as 18 e as 21h em pleno campo, no espaço de turismo rural e cultural «Monte do Malhão», em Castro Marim, no Algarve.

Estas serão, certamente, experiências diferentes que muitos de nós procuramos. Para o Monte do Malhão é um privilégio receber Thini-á.

Esteja connosco num destes dias. A participação nas atividades são 20 euros por pessoa, sendo que as receitas revertem integralmente para a missão de Thini-á que pretende escrever um livro sobre a resistência dos Fulni-ô às aculturações.

A inscrição prévia é recomendada.

SINOPSE DAS APRESENTAÇÕES

Durante a sua apresentação, Thini-á fala do seu povo e da sua origem, da sua língua (Yathê) e do significado dos nomes, abordando como se dá a educação no dia-a-dia dos Fulni-ô, a importância dos mais velhos no processo educacional, o respeito às crenças e valores do seu povo. Executa cantos e danças ritualísticas, durante as quais interage com os espetadores, levando todos a participarem de uma forma alegre e descontraída.

Através de narrações, explica a hierarquia social e a influência dos clãs nas diversas atividades do seu grupo, na manutenção da ordem e do equilíbrio do seu povo, exemplificando como funciona a psicologia nativa, levando todos a refletirem sobre a importância do trinômio individualidade-grupo-sociedade.

Ao conversar sobre a importância do respeito pela natureza, do intercâmbio entre o homem e o seu habitat e a responsabilidade de todos em relação ao futuro, fala também sobre os valores das sociedades branca e nativa, o que existe em comum e as diferenças mais importantes entre elas, respondendo a perguntas que porventura surjam, convidando todos para reflexões sobre os contrastes existentes entre as culturas.

Como consequência do seu trabalho, os espetadores são enriquecidos nos seus conhecimentos, o que contribui para desmistificar a ideia romântica daquele índio que vive nu nas florestas, ao mostrar de modo simples e direto que cada tribo tem a sua língua, os seus deuses e as suas crenças, que o índio de hoje participa ativamente da sociedade do branco e que o tão questionado processo de aculturamento, na realidade, faz parte de um contexto muito maior que é o da globalização.

SOBRE O AUTOR

Conforme os costumes da etnia Fulni-ô, no momento do nascimento, a mãe índia dá nome à criança segundo os acontecimentos à sua volta. Uma certa noite, nasceu um indiozinho e a sua mãe, Thassi, olhou para o céu e viu que as estrelas eram muitas e, por isso, chamou-o de Thini-á, que significa “estrela”.

Thini-á nasceu nas margens do Rio Ipanema, um afluente do Rio São Francisco, nas terras dos Fulni-ô, Estado de Pernambuco. Fulni-ô significa “a gente que mora junto ao rio”. São falantes da língua Yathê, tronco macro-Gê. Desde pequeno, foi um índio muito irrequieto e resistente às descaraterizações culturais e invasões que a sua tribo sofreu. Por isso, com o intuito de ajudar o seu povo, deslocou-se para Garanhuns (em Pernambuco) para aprender a língua portuguesa e estudar. Depois de terminar o primeiro grau, voltou para a nação Fulni-ô. Com os conhecimentos que o estudo lhe proporcionou, foi para Brasília acompanhar de perto as ações da FUNAI e do Ministério da Justiça em relação à política de demarcações de terras. Desejoso de mais conhecimento para melhor ajudar o seu povo, retomou os estudos, completando o segundo grau.

Interessado, surpreso e irritado com as distorções dos meios de comunicação a respeito da problemática indígena, foi para São Paulo, com o apoio do então Ministro da Justiça, Jarbas Passarinho, para estudar na USP, no curso de Cinema, Rádio e Televisão da ECA (Escola de Comunicações e Artes), a fim de absorver as técnicas e produzir documentários sobre a realidade indígena brasileira. Estabeleceu muitos contatos ao longo do seu trabalho, envolvendo-se com grupos de antropólogos, historiadores, educadores e outros que o incentivaram a divulgar as tradições e as lutas indígenas do seu povo e de outros povos indígenas do país, que, como os Fulni-ô, enfrentam o avanço da sociedade.

Os Fulni-ô, como muitos outros povos indígenas do Nordeste brasileiro, sofreram as transformações que são caraterísticas de quem tem um longo tempo de contato com a sociedade envolvente (“branca”). Mesmo assim, conseguiram, apesar deste contato imposto, preservar a sua sabedoria ancestral. Até porque não existe, nem jamais existiu, povo nativo no mundo que tenha vivido em absoluto isolamento cultural.

Contudo, a opinião pública ainda está acostumada a operar com uma imagem de índio idealizada: este índio brasileiro ideal é sempre forte, alto, quase sem pêlos e vivendo em “estado natural” na selva, que é a sua origem e o seu destino. Thini-á incorpora a imagem do índio na cidade, funcionando como um mensageiro entre os anseios e curiosidades do seu povo (que também quer saber um pouco mais sobre a cultura do “branco”) e a necessidade de informação do povo da cidade sobre a sabedoria dos povos nativos no nosso planeta Terra.

REFERÊNCIAS

Apresentações:

Centro Cultural Banco do Brasil

Brasil Veículos (Banco do Brasil)

Fundação Getúlio Vargas

Espaço Unibanco

Estação Botafogo

Clube Naval Piraquê

Igreja Messiânica Mundial do Brasil

Prefeitura Municipal de Santos (SP)

Programa de Escolas Associadas da UNESCO

Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

Centro Educacional de Niterói

Centro Educacional José do Patrocínio

Colégio Estadual Aureliano Leal

Colégio Laplace

Colégio Leão XII

Colégio Monsenhor Raeder

Colégio Santo Inácio

Colégio Zaccaria

Colégio Andrews

Colégio São Marcelo

Colégio São Paulo

Colégio São Vicente de Paulo

Escola Geração

Escola Nossa Senhora das Graças

Fundação Educacional Itaboraí

Instituto Abel

Circo Voador

Maternal e Jardim de Infância Lestonnac

Universitas

Serviço Social do Comércio – SESC

Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

Consultorias

Museu do Índio – projetos voltados para escolas

TV Record – novela “Bicho do Mato”