Manuel Possolo Viegas foi alvo de uma homenagem do Rotary Clube de Loulé (RCL). A distinção foi entregue na segunda-feira, 19 de janeiro, no Jantar de Reconhecimento Profissional 2014 do RCL que teve lugar no Tivoli Marina Vilamoura.

A presidente do Rotary Clube de Loulé, Selma Cazes, deu as boas-vindas a todos, seguindo-se a protocolar cerimónia da Saudação das Bandeiras.

Após o jantar, houve lugar às intervenções.

Manuel Semião: “Temos hoje aqui um profissional que o clube achou por bem escolher pelo reconhecido mérito no desempenho da sua profissão. Não está em causa a profissão que cada um exerce mas sim a maneira como ela é exercida e como contribui para suprir necessidades e resolver problemas da nossa sociedade. Hoje, temos aqui um bancário, um político, da área social, que, durante cerca de 40 anos, trabalhou em prol da comunidade e onde deu o seu melhor. Para assinalar a homenagem, o clube faz a entrega do troféu que pretende assinalar o nosso reconhecimento”, passando a ler o Currículo do homenageado (ver no final).

Procedeu-se à entrega do troféu ao homenageado com a participação de Selma Cazes, Manuel Semião e João Martins.

Manuel Possolo Viegas: “É uma honra poder estar aqui convosco. Longe de mim pensar chegar este momento de alguém reparar num indivíduo do povo. Um indivíduo que saiu de Quarteira com 19 anos e que voltou mais tarde já com alguma noção do que era estar presente e ajudar pessoas. Quero agradecer à senhora presidente esta homenagem. Agradeço ainda a presença do vereador João Martins; o vereador da oposição, o meu sobrinho Paulo Viegas; o presidente da Junta de Freguesia de Boliqueime, Rui Mogo; o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Loulé, Manuel Semião; o presidente da Fundação António Aleixo, António Silva Lopes; o presidente da APALGAR – Associação de Amizade dos Palop no Algarve, o meu irmão Filipe Viegas; o presidente da Associação Esperança e Paz, Amândio Silva; Isabel Pinto, co-coordenadora da Agência de Quarteira do Banco de Tempo e responsável pelo Grupo Coral de Quarteira; a minha esposa, as minhas irmãs, os meus irmãos e cunhados; o meu filho e alguns sobrinhos. A minha filha não pode estar presente porque está em Angola. Somos 9 irmãos, cinco aqui presentes, dois estão fora e dois infelizmente já faleceram. A minha mãe só tinha a 2.ª Classe e o meu pai era pescador mas havia tanto amor naquela família que nem dávamos por isso. A única coisa que a minha mãe sabia era a Cartilha de João de Deus e leu-a tantas vezes que saiu uma poetisa. Escreveu alguns livros, morreu com 100 anos, com 15 netos, 18 bisnetos e 4 trinetos. Tenho também aqui outros bons amigos como o enólogo Mestre e o Jacinto do restaurante com o seu nome”.

Manuel Possolo Viegas destacou, da sua vida, o pelouro da Ação Social na autarquia de Loulé: “Adorei trabalhar nessa área porque sempre gostei de ser humilde, afável e tolerante e tive a oportunidade de ajudar muita gente. Ainda hoje continuo a ajudar, tal como a minha mulher e os nossos grupos de amigos. Continuamos a fazer trabalho social. Enquanto estamos aqui, vamos fazendo o nosso melhor. Nunca fiz nada a pensar em grandes lembranças a meu respeito. Portanto, é uma grande honra para mim ser homenageado pelos Rotários de Loulé, cujo trabalho prezo muito, sempre com o lema «Dar de Si Antes de Pensar em Si», pelo que é essencial que exista. A melhor dádiva que temos é poder ajudar aqueles que precisam na altura em que precisam”.

Amândio Silva: “Eu devo ser das pessoas aqui presentes aquela que há menos tempo conhece o Sr. Possolo Viegas mas do pouco tempo que nos conhecemos deu para perceber que havia ali um cidadão de envergadura perfeitamente invulgar. Uma dedicação de primeira grandeza e um gosto de comunicar, de fazer amigos e criar situações de confiança. Também abracei durante algum tempo um projeto, julgo que fiz alguma coisa a bem deste concelho e o que posso dizer é que tudo aquilo que o Possolo acaba de dizer, dos gestos que fazia, da felicidade que proporcionou aos outros, é exatamente o que aconteceu porque foi o que eu testemunhei. Portanto, espero que isso continue e com sequência”.

Filipe Viegas: “Toda a gente que aqui está conhece mais ou menos o currículo do meu irmão e não julguem que é por ser seu irmão que venho aqui gabá-lo. São por demais conhecidas as suas qualidades e o seu trabalho, ao longo de muitos anos, em prol da nossa sociedade e em prol do desenvolvimento de Quarteira. Tem também a sua quota-parte na riqueza que esta cidade hoje tem. Não só rica monetariamente mas também humanamente, olhando ao seu trabalho desenvolvido em ajudar as pessoas”.

Maria João Portela: “É com todo o prazer que estou aqui esta noite. Quando a presidente do Rotary Clube de Loulé me convidou para vir aqui e que o homenageado era Manuel Possolo Viegas, aceitei de imediato. Não conhecia o seu currículo tão rico mas, especialmente durante o tempo em que foi vereador da câmara de Loulé, na minha atividade jornalística, pudemos contactar várias vezes e pude constatar que, para além da competência como vereador, também um ser humano com um coração muito grande, com uma vertente muito solidária, sempre pronto a ajudar, sempre com uma palavra simpática para todos. Na altura, tive também o prazer de conhecer a esposa, a D. Celestina, travámos amizade e desejo que continue assim porque são pessoas assim que fazem falta na nossa sociedade a todos os níveis”.

António Silva Lopes: “Nada mais oportuno do que a homenagem que hoje se presta ao Possolo Viegas. É, por todas as razões, merecedor desta homenagem e do nosso respeito. Por razões de afetividade, eu não podia deixar de aqui estar porque a família do Possolo Viegas é a minha família. Eu gosto deles como eles gostam de mim. O Possolo Viegas não foi tão exaustivo como devia quando falou nas suas atividades sociais. Não foi só aquilo que ele referiu, aquilo que quis assumir. O Possolo Viegas, comigo próprio e com alguns companheiros que estão aqui nesta sala, assumiu a responsabilidade de criar uma grande instituição (Fundação António Aleixo). Nós passámos muitos momentos de grande felicidade, muitos momentos de preocupação e de tristeza mas fomos capazes, com toda a nossa vontade, de fazer uma grande instituição e isso deve-se a quem se dedica às causas e o Possolo Viegas é um homem de causas”.

João Lopes (Rotary Clube de Loulé): “Tratando-se de Manuel Possolo Viegas, é claro que eu não poderia deixar de lhe dirigir algumas palavras. Eu tenho um tratamento carinhoso para com o Possolo Viegas, que é «Comandante» e ele a mim trata-me por «Janica». Sempre nos tratámos assim. De qualquer forma, foi uma pessoa que levou uma vida inteira sobretudo ao serviço dos outros e nós, como rotários, só podíamos agradecer desta forma. Apesar de não ser emblemado, Possolo Viegas tem o espírito rotário. Há de facto pessoas que fazem muito pela comunidade. Pessoas que muitas vezes passam despercebidas. Não é o seu caso. Pelo seu currículo profissional, muito dificilmente passaria despercebido. E uma das provas mais marcantes disso é o facto de ainda hoje muita gente se dirigir a ele como vereador Possolo Viegas. Isto é marcante junto da nossa sociedade pelo tempo que passou pela câmara. Por isso, Comandante, continue assim e muitos anos de vida”.

Maria do Carmo (Rotary Clube de Olhão e governadora assistente): “Sobre o momento que hoje aqui se vive nesta sala, penso que os grandes homens e as grandes mulheres deixam a sua marca não pela ausência de erros ou falhas no desempenho das suas funções, não pelos frutos que colhem mas sim pelo terreno que preparam e pelas sementes que lançam porque não se detêm perante as dificuldades e principalmente porque sabem mostrar atitude, persistência e coerência nos seus objetivos. Por isso, a escolha de alguém para Profissional do Ano, em Rotary, não acontece por acaso. A eles estão associados valores inerentes à pessoa, como o caráter, o profissionalismo, a humildade, a franqueza, a tolerância, a capacidade e principalmente o comprometimento para consigo próprio e para toda uma comunidade e a isso eu chamo «Mérito». Portanto, se hoje, aqui nesta sala, se Rotary brilha mais, é devido à presença do nosso e vosso homenageado, merecedor do Reconhecimento pelo Mérito enquanto cidadão. A sigla rotária «Dar de Si Antes de Pensar em Si» está em todos nós, rotários, no nosso dia a dia, quando conseguimos ultrapassar barreiras e fazer chegar aos outros o valor da amizade, da solidariedade, da cooperação e da harmonia. Penso que o vosso homenageado também se rege, no seu quotidiano, por esse mesmo lema, daí que será sempre, para mim, um portador de esperança. Por isso, Sr. Possolo Viegas, o meu respeito, a minha estima e a minha gratidão”.

Abílio Lopes (Rotary Clube de Tavira, governador eleito para o ano rotário de 2016/2017): “O Movimento Rotário Internacional é um movimento de profissionais. Nas nossas reuniões, temos dois momentos principais: a Saudação das Bandeiras e a apresentação rotária. Nessa nossa apresentação, nós dizemos o nosso nome, o clube a que pertencemos e qual a nossa profissão. É por essa razão que o Movimento Rotário Internacional incentiva os seus clubes a, todos os anos, reconhecer o profissionalismo de alguém que, dentro da sua área de influência, se evidenciou. Este ano, o Rotary Clube de Loulé entendeu homenagear o Sr. Manuel Possolo Viegas. Eu, sinceramente, não o conhecia. De qualquer maneira, pelo que foi dito aqui, não tenho quaisquer dúvidas de que este reconhecimento é mais que justo. O senhor, a partir de hoje, tem uma obrigação acrescida. Passa a fazer parte de um movimento internacional com cerca de 2 milhões de membros, 500 mil dos quais são jovens. Esse movimento existe há mais de 100 anos e está implantado em mais países que as próprias Nações Unidas, de que é sócio e membro-fundador, sendo a única ONG com acento permanente no plenário das Nações Unidas. Sr. Possolo Viegas: Eu não lhe dou os parabéns, digo-lhe obrigado. O lema deste ano, do nosso movimento, é «Faça o Rotary Brilhar» e o que eu lhe digo é obrigado pela sua excelência e por vir abrilhantar ainda mais o nosso movimento”.

Isabel Pinto: “Não tinha previsto falar mas entendi que devia dizer umas palavras. Palavras de sentimento de todas as pessoas que conhecem bem e que lidam com o Sr. Possolo Viegas. Ele é realmente uma pessoa com quem é uma riqueza conviver. Uma pessoa que nós sabemos que está sempre ao nosso lado quando precisamos de alguma coisa. Não para nós mas para todos aqueles que nós queremos abranger. Todas aquelas pessoas que necessitam. Às vezes não só de pão, de farinha ou de açúcar mas também de um apoio de sentimento, de amor, de se dizer «nós estamos aqui, nós podemos ajudar», não só para dar o pão mas também de mão estendida para quando for preciso porque nós não estamos só para dar mas também para receber porque nós quando estendemos uma mão para dar recebemos muito mais em troca ao recebermos o sorriso das pessoas, das crianças, dos velhinhos que sentem tão sozinhos. Recebemos uma riqueza que só quem não faz não sabe dar o valor. Parabéns, Sr. Possolo Viegas. Nós temos muito orgulho em que este prémio lhe tenha sido atribuído porque o Sr. é um dos nossos. É uma das pessoas que não olha, a quem dão, a quem cumprimentam, a quem fazem. O Sr. é Universal. Não é de Quarteira nem de Loulé: É do Mundo”.

João Martins (vereador da Câmara Municipal de Loulé): “Trago-vos, em primeiro lugar, cumprimentos do nosso presidente da câmara, Dr. Vítor Aleixo, bem como uma palavra de amizade para com todos vós e, na pessoa do homenageado, um grande abraço de reconhecimento pelo trabalho realizado na área social e como amigo, associando-se também a esta justíssima homenagem ao Manuel Possolo Viegas, meu grande amigo. Esta divisa do fazer bem, da ação social, é fundamental e toda a minha vida foi trilhada nesse campo. Nós não somos intervenientes na ação social e simultaneamente esperarmos ser compensados e reconhecidos: é uma missão de cada um de nós. É esse o papel humano, da solidariedade e isso é uma exigência, tal como o Papa Francisco muitas vezes refere. Era bom que ele fosse compreendido porque é importantíssimo o papel que a Igreja está a desempenhar no mundo”. Dirigindo-se ao homenageado, “caro Manuel, é difícil eu falar do meu amigo e antecessor nestas lides. Não é uma tarefa fácil porque é muito complexa. É algo que nos toca a todos mas termos a capacidade de resolver realmente os problemas não é nada fácil. Eu diria que é uma utopia. O exercício destas funções deve ser cada vez mais num espírito de missão que nós devemos ter sempre presente na nossa mente. Tal como os rotários têm este espírito de missão, o político também tem de ter. É esse espírito de missão que eu sempre tive e não estou à espera de um dia vir a ser homenageado ou agraciado. No entanto, é um ato nobre aquilo que está aqui a ser praticado na pessoa do Manuel Possolo Viegas. Portanto, eu diria que a minha responsabilidade, nestas questões sociais, vêm de longe e tento tratá-las o melhor possível. Tento fazer com que tenham a devida correspondência mas este mundo das dificuldades sociais está cada vez mais num ponto em que muitas das vezes nos deixam no limite das nossas forças e com frustrações várias porque não conseguimos resolver tudo mas o que importa aqui é o nosso homenageado e é para ele que eu quero voltar a dirigir as minhas palavras, com grande conhecimento da pessoa em si, um benfeitor enquanto esteve na Câmara Municipal de Loulé e que ainda hoje sei que também tenta fazer o melhor possível e corresponder a situações que ele tão bem conhece nesta cidade de Quarteira. É neste reconhecimento que temos uns dos outros que devemos caminhar e criar os elos necessários na nossa participação humana nesta festa da vida mas atenção: Para uns, está a ser mais dolorosa e é para esses que nós temos que nos virar e estar cada vez mais atentos”.

Selma Cazes (presidente do Rotary Clube de Loulé) agradeceu a presença de todos, sublinhando que “este prémio é instituído pelo Rotary Internacional e cada clube atribui-o à pessoa que entende que, de alguma forma, mais marcou o seu concelho e eu, com tão pouco tempo de louletana, vai fazer agora 20 anos, sinto-me aqui um pouco esmagada pelo poder desta família do Sr. Possolo Viegas, da sua importância; da presença do vereador João Martins, que eu já conhecia de quando era presidente da Junta de Freguesia de Almancil, onde eu já trabalhei e tive o meu negócio; também o peso dos meus companheiros de Rotary já com tantos anos de Rotary e que conhecem os profissionais melhor do que eu; agradeço imenso à D. Celestina por ter acompanhado o seu marido, o seu filho e a sua filha que não está aqui mas ligou durante o jantar para parabenizar o seu pai, mandou fotografia e ficámos ali vendo a neta. Essa família, esse espírito, é o que nos honra e o que nos traz aqui hoje. É, portanto, uma honra para o Rotary Clube de Loulé homenagear o Sr. Manuel Possolo Viegas”.

Houve ainda lugar à celebração dos aniversários dos companheiros rotários nascidos entre o  dia 9 de setembro e o dia 19 de janeiro com o tradicional bolo de aniversário.

CURRÍCULO DO HOMENAGEADO

Manuel Possolo Morgado Viegas, casado, mora em Quarteira

Habilitações literárias: 12.º ano do Liceu

Experiência profissional:

Gerente Bancário de 1986 a 2001; Diretor em regime de voluntariado no Lar e Centro de Dia para a 3.ª Idade do Centro Paroquial de Quarteira de 1985 a 2001

Vereador Executivo da Câmara Municipal de Loulé de 2001 a 2009 com os seguintes pelouros: Administração e Recursos Humanos; Educação; Ação Social

Presidente da CPCJ – Comissão de Proteção às Crianças e Jovens em Risco do Concelho de Loulé

Presidente do CLAS – Conselho Local de Ação Social

Vice-presidente da Fundação António Aleixo

Presidente da Associação Poeta Aleixo

Presidente da Assembleia-geral da AHDPA – Associação Humanitária dos Doentes de Parkinson e Alzheimer

Administrador Executivo da empresa municipal de infraestruturas Inframoura de 2009 a 2010

Por: Jorge Matos Dias / PlanetAlgarve