As deputadas do Bloco de Esquerda, Cecília Honório (Algarve) e Helena Pinto, questionaram o Ministério da Saúde acerca de um conjunto de situações relatadas por responsáveis do Sindicado dos Enfermeiros, aquando da reunião entre os deputados da Comissão de Saúde da Assembleia da República e entidades responsáveis pela saúde no Algarve.
Entre as denúncias, destaca-se o facto de haver enfermeiras a trabalhar depois das 20 horas ou a trabalhar por turnos, sem usufruto das 2 horas diárias para amamentação; a pressão para gozar as horas de amamentação num dia da semana (tipo à 6.ª feira); e enfermeiras a terem de provar que estão a amamentar.
As parlamentares do Bloco questionam Paulo Macedo sobre se considera aceitável que semelhantes práticas possam ocorrer nos hospitais públicos e se o Ministério de que é responsável tem condições para reforçar a fiscalização dos direitos de parentalidade e reverter as práticas denunciadas ou semelhantes.
Pergunta dirigida ao Ministério da Saúde
Assunto: Atropelo de direitos laborais dos enfermeiros
Destinatário: Ministério da Saúde
Exma. Senhora Presidente da Assembleia da República
O Bloco de Esquerda em reunião entre os diversos grupos parlamentares e entidades com responsabilidades na área da saúde no Algarve tomou conhecimento, pelo testemunho de responsáveis do Sindicato dos Enfermeiros de práticas próprias do século XIX e que atropelam direitos fundamentais.
Quer na reunião, quer em contactos posteriores, foi-nos dado conhecer que no Centro Hospitalar do Algarve, a falta de enfermeiros limita o gozo de direitos, nomeadamente:
– horário amamentação: há enfermeiras a trabalhar depois das 20 h ou a trabalhar por turnos, sem usufruto das 2 h diárias para amamentação;
– ou pressão para gozar as horas de amamentação num dia da semana (tipo à 6.a feira);
– recusa de horários flexíveis para trabalhadores com filhos menores de 12 anos;
– pais pressionados a não gozarem as suas licenças parentais;
– enfermeiras a terem de provar que estão a amamentar, à revelia do que prevê a lei.
Questionado em reunião com os diversos grupos parlamentares, o Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve afirmou desconhecer semelhantes práticas.
Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo, através do Ministério da Saúde, as seguintes perguntas:
- Tem o Governo conhecimento destas situações?
- Considera aceitável que, quando se promove no Parlamento, e sob orientação da maioria, o debate em torno de bloqueios e soluções para a natalidade no nosso país, semelhantes práticas possam ocorrer nos hospitais públicos?
- Tem o Governo condições para reforçar a fiscalização dos direitos de parentalidade, como parece ser urgente e para tomar medidas que revertam estas práticas?
As deputadas,
Cecília Honório e Helena Pinto






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