Desporto

Clube de Golfe de Vilamoura renovado termina Europeu de Clubes no 8.º lugar entre 25 equipas

O Clube de Golfe de Vilamoura foi 8.º classificado no Campeonato da Europa de Clubes Masculino, que a Federação de Golfe do Chipre organizou, sob a supervisão da Associação Europeia de Golfe (EGA) no Minthis Hills Golf Club, na localidade de Tsada.

Um 8.º lugar que não impede Vilamoura de voltar ao Europeu em 2016, dado, entretanto, ter-se sagrado de novo campeão nacional de clubes em 2015.

Viajaram a Chipre os jogadores Vítor Lopes, Nathan Brader e Miguel Ribeiro, o capitão Jorge Batista e o treinador Joaquim Sequeira.

O clube algarvio participou nesta autêntica Liga dos Campeões de golfe, entre 25 equipas, por ter sido vencedor da Taça Visconde de Pereira Machado em 2014 e partiu com o estatuto de vice-campeão da Europa em 2014 (na Bulgária) e campeão europeu em 2013 (na Aroeira).

Contudo, as expectativas não eram tão elevadas e logo no aeroporto de Lisboa, em declarações ao site especializado “Golftattoo”, o treinador Joaquim Sequeira avisou: «A equipa não é má, mas, a partir do momento em que o Gonçalo Pinto e o João Carlota (que entretanto passaram a profissionais) deixaram de fazer parte dela, ficou mais fraca. Temos um bom jogador (Vítor Lopes), um jogador que depende dos dias (Nathan Brader) e outro que está na universidade e não tem assim muito tempo para treinar (Miguel Ribeiro). Acho que temos muito poucas hipóteses, mas não quer dizer que a gente não vá trabalhar para isso».

Palavras proféticas do campeão nacional de seniores que conhece muito bem a sua equipa e, a verdade, é que ao cabo de 18 buracos Vilamoura já estava a 12 pancadas dos franceses do Racing Club de France la Boulie e a partir desse momento foi andar a correr atrás do prejuízo. Os portugueses recuperaram na segunda volta, depois, no terceiro dia, chegaram a ameaçar ficar no pódio, mas tiveram de contentar-se com o 8.º posto, empatado com o 7.º dos dinamarqueses do Furesoe Golf Club.

Vilamoura somou 430 pancadas, 4 acima do Par, depois de voltas de 147, 142 e 141, enquanto o RCF la Boulie agregou 417 (135+144+138), -9. Desta feita, os vice-campeões foram os italianos do Royal Park I Roveri, com 419 (141+144+134), -7.

Foi a quinta vez que o RCF la Boulie conquistou o European Men’s Club Trophy, repetindo os sucessos de 1995, 1996, 1997 e 2007. A equipa foi constituída por Frédéric Lacroix, Sébastien Gandon, David Ravetto e o treinador Christophe Pottier.

O ano de 2015 está a ser memorável dado que foi também esta coletividade a vencer há três semanas o Campeonato da Europa de Clubes Feminino, no qual o português Club de Golf de Miramar foi 3º classificado.

Na classificação individual, que não tem tanta relevância, participaram 75 jogadores e ao contrário do ano passado em que Vítor Lopes andou na luta pelo 1.º lugar, desta feita teve de contentar-se com um (mesmo assim, bom) 9.º posto.

O n.º 1 do Ranking Nacional BPI/FPG totalizou 213 pancadas, a Par, entregando cartões de 73, 70 e 70, ficando a 13 do 1º, o finlandês Ilari Saulo (67+68+65).

David Silva, treinador português que trabalha num colégio finlandês com programa de golfe de alta competição, sabe quem é Ilari Saulo. «Conheço-o bem, porque fui com ele ao British Boys e estou a ajudá-lo a encontrar um bom colégio nos Estados Unidos para o ano que vem. Provavelmente vai para o estado de Tennessee. Faz parte da selecção de sub-18 da Finlândia», disse o ex-presidente da PGA de Portugal.

O inglês residente no Algarve, Nathan Brader, foi o segundo melhor jogador de Vilamoura, terminando no 14.º lugar (empatado com mais quatro jogadores) com 217 (74+72+71), +4, enquanto Miguel Ribeiro, o ‘rookie’ da equipa, a participar pela primeira vez na prova, fechou na 52.ª posição, empatado com o galês Robert Smith, com 233 (77+79+77), +20.

Depois de no ano passado o Europeu de Clubes ter sido fustigado por um nevão em Pravets que levou o torneio a ser reduzido para uma volta, as condições meteorológicas foram bem mais benignas este ano no Chipre. Mesmo assim, a primeira volta começou com duas horas de atraso devido a forte chuva e trovoada e no segundo dia soprou um vento muito forte, mas em todos os dias foi possível concluir o programa.

O campo eleva-se a 550 metros de altitude e, como recordou ao “Golftattoo” Joaquim Sequeira, «É meio manhoso, fica num alto, com muitos declives e mete muitos ferros do tee, pois tem alguns par-4 curtos, mas não podes errar à esquerda ou à direita. Quem tiver um bom jogo curto e ande pelos sítios certos pode fazer bons resultados».

O Gabinete de Imprensa da FPG solicitou aos três jogadores um balanço das suas prestações neste Europeu de Clubes. Eis as suas análises:

Vítor Lopes:

«Na minha perspetiva, a nossa participação não foi positiva. A equipa poderia ter feito melhor. Ficámos em 8°, empatado em 7°. Começámos mal o torneio, logo com um agregado de +5 e isso foi o que nos desmotivou. Lutámos e o nosso segundo dia foi melhor, recuperando 2 shots ao líder. No 3° dia, ao fim de 9 buracos, íamos em -7 para o dia, tenho o Nathan a -2 e eu a -5. Creio que Vilamoura estava em 3° e eu individualmente em 2°, mas depois deixámo-nos ir abaixo. Eu principalmente, “patei” mesmo mal. Falando sobre o Miguel Ribeiro, via-se que estava nervoso para este torneio, mas creio que foi uma boa experiência para ele e acho que divertiu-se bastante. Creio que pode vir a ajudar Vilamoura em muitos torneios. Houve sempre bom ambiente com no grupo e foi um torneio divertido».

Miguel Ribeiro:

«Não estava a sentir-me muito confiante em relação ao swing, um pouco também devido ao (pouco) tempo que tenho para treinar, mas é um campo fácil, que apenas tem de ser jogado com atenção pois, por vezes, um shot falhado para o lado errado pode custar caro. Neste caso acho que foi o que se passou. Não digo que fizesse muitas abaixo mas andar pelo Par do campo, evitando triplos e coisas do género…  Mas saio de cabeça levantada, tal como os meus colegas, visto que este desporto é mesmo assim e temos de aceitar tanto as más voltas como as boas. No geral, foi uma boa experiência, pois estão grandes jogadores neste torneio o que mostra a importância do mesmo”.

Foi a segunda vez que o Minthis Hills Golf Club (o campo mais antigo de Chipre, desenhado por Donald Steel e inaugurado em 1994) organizou este torneio, repetindo 2012 e já nessa altura tinha sido uma equipa francesa a vencer, o Golf Club d’Ormesson.

Resultados finais

Resultados individuais finais

Texto de Hugo Ribeiro publicado no site da FPG

Fotografias das contas no Facebook dos jogadores (equipa portuguesa) e da organização do torneio

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