A UCPS Quarteira (Centro de Saúde) comemora este ano, mais uma vez, o Dia Mundial da Diabetes. Pela segunda vez, a iniciativa saiu à rua, indo ao encontro da população. Começou este domingo, dia 14 de novembro, no Auditório do Centro Autárquico de Quarteira com a palestra “Nós e a Diabetes” com o Dr. Nelson Brito e os Enfermeiros Amigos da Diabetes, Sara Zorrinha, Cláudia Martins, Cristina Barbosa e Nuno Andrade, com o apoio da Câmara Municipal de Loulé e da Junta de Freguesia de Quarteira.
A palestra repete-se amanhã, pelas 15 horas, com os mesmos intervenientes, no Centro de Saúde de Quarteira. Entretanto, pelas 10 horas, tem lugar a Caminhada “Nós e a Diabetes”, com partida e chegada no mesmo local.
Esta tarde, após distribuição de informação e T-shirts alusivas ao dia, teve lugar a palestra com o seguinte alinhamento:
O que é a Diabetes?
Tenho medo de ter Diabetes… Pode-se prevenir?
Tenho Diabetes… E agora?
Alguns mitos
Perguntas e Respostas
Mensagens finais
De referir que a Diabetes está a crescer de forma acelerada no Algarve, o que é alarmante, pois a Diabetes, que em muitos casos não é diagnosticada, é responsável por situações que podem ser fatais, tais como AVC (Acidentes Vasculares Cerebrais), Enfartes Agudos do Miocárdio, entre outras. A principal causa da Diabetes Tipo 2 é o excesso de peso ou obesidade e o sedentarismo.
Foi ainda referido que muitos doentes, quando se deslocam aos serviços de saúde devido a determinados sintomas, manifestam a sua indignação por saírem de lá com Diabetes, ignorando que já eram diabéticos sem o saberem, por a doença não ter sido diagnosticada antes, uma vez que não se manifesta através de sintomas nem provoca dor.
O diagnóstico é feito através dos sintomas que a pessoa manifesta e é confirmado com análises de sangue. Outras vezes podem não existir sintomas e o diagnóstico ser feito em exames realizados por outra causa.
Os sintomas relacionados com o excesso de açúcar no sangue aparecem, na diabetes tipo 2, de forma gradual e quase sempre lenta e silenciosamente. Por isso, o início da diabetes tipo 2 é muitas vezes difícil de precisar.
Os sintomas mais frequentes são a fadiga, poliúria (urinar muito e com mais frequência), polifagia (muita fome) e polidipsia (sede excessiva). Muitas vezes, o doente não apresenta estes sintomas (ou dá-lhes pouca importância) e o diagnóstico é feito por análises de rotina.
As análises mostram uma quantidade de açúcar no sangue aumentada (hiperglicemia) e aparece açúcar na urina (glicosúria).
A equipa de saúde procurou transmitir que os doentes são os únicos responsáveis pelo controlo da doença, uma vez que depende dos seus hábitos de vida, sendo fundamental uma alimentação saudável e exercício físico, bem como outros cuidados relativamente a vestuário e calçado. Este aspeto revelou-se de extrema importância, uma vez que provoca uma transferência de responsabilidade dos médicos para os doentes, que, assim, podem tomar consciência daquilo que fazem mal e daquilo que devem fazer para controlar a doença, que é crónica mas que pode ser controlada.
Portanto, é importante que o diabético conheça bem o seu tipo de Diabetes. Só dessa forma pode cumprir e melhorar o tratamento. A maneira como lida com a sua doença será o principal fator de sucesso no seu tratamento.
O tema do Pé Diabético viria a revelar-se igualmente esclarecedor, sendo um aspeto fundamental na deteção de sintomas da evolução da doença. Na ausência de tratamento atempado e adequado, pode levar à amputação de pés, sendo que o Algarve e o Alentejo são as regiões do país onde mais casos de amputações se verificam. Segundo os dados já disponíveis, em 2010, foram efetuadas 11 amputações no Algarve, 3 das quais em Quarteira.
A diabetes é uma doença que se caracteriza pela hiperglicemia, que se deve, em alguns casos, à insuficiente produção de insulina pelo organismo, noutros casos, à insuficiente ação da insulina e, frequentemente, à combinação destes dois fatores.
As pessoas sem diabetes devem ter uma glicemia entre 80 e 110 mg/dl antes das refeições e entre 110 e 140 mg/dl depois das refeições.
A Diabetes continua a ser uma das principais causas de amputações dos membros inferiores, devido às suas complicações a nível circulatório. O número de amputações dos membros inferiores por Diabetes aumentou cerca de 9% face a 2011.
A prevalência de Diabetes nas pessoas com insuficiência renal crónica, que fazem hemodiálise, bem como o aparecimento de novos casos, aumentou significativamente entre 2007 e 2012.
Olhando para os internamentos por AVC (acidente vascular cerebral) e enfarte agudo do miocárdio, 28% dos internamentos por AVC foram em pessoas com diabetes e 31% dos internamentos por enfarte agudo do miocárdio foram de pessoas com diabetes.
Se olharmos para o custo que a Diabetes representa para o País, podemos ver que foram gastos entre 1200 e 1500 milhões de euros com a Diabetes, mais 50 milhões que no ano anterior e, em 2012, a diabetes representou cerca de 0.9% do PIB português.
Estes dados devem servir de alerta para a necessidade de educar a população na área da Diabetes, não só para prevenir novos casos mas também para controlar de forma eficaz, reduzindo as complicações nos casos já existentes.
Por: Jorge Matos Dias / PlanetAlgarve














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