A pedido de António Dôres (Poeta Miguel Silvestre), publicamos este poema do seu amigo poeta Fethi Sassi, da Tunísia, que lhe solicitou para que o traduzisse do inglês para o português. Aqui fica:
Ela costumava dizer-me
Nenhum azul exceto o da cor do mar nos teus olhos ;
Ela costumava dizer-me ….. :
Sempre que a noite acendia os meus dedos .
Colocava uma estrela loura nos teus lábios ,
e então a sombra crescia abertamente
Provocando tempestades que emanavam do meu perfume .
Ela costumava dizer-me ….. :
Os teus olhos são o caminho para o pecado lascivo ;
abrindo as portas das eternidades para mim ,
até que a nuvem se banhe nas minhas tranças .
Desenho nos ramos do vento uma lua da minha feminilidade adormecida ;
de lábios arqueados como uma rosa mística dos cavalos da chuva .
ele costumava dizer-me …. :
Sou a tua mulher …. Eu continuarei a amar-te apesar
do turbilhão dos elementos dentro de mim .
Toma aquilo que te aprouver do meu sangue ;
Agora sou uma nuvem e tu tornaste-te profeta .
Sou a tua mulher …… molhada com obediência, prostrada entre as tuas cartas .
Então não te aproximes das minhas cores ,
esta é a minha cintura , o teu bar eterno .
Para que o amor escolha o mais belo dos meus nomes .
A tua mulher …. Eu sou ,
desejo do demónio , perfume do leste é a minha cintura .
Então não abandones a minha alegria .
Continuamos ainda no estado de poema ,
Partilhando amor e ausência .
………………………
Ela costumava dizer-me …. :
Voando como o amor , vindo para as minhas cidades ,
Usando a argila , usando os desperdícios .
És a opressão ;
Empunhando a tua noite à face de uma canção ;
E tu choras na solidão da espera .
Eu derramarei chuviscos elegantes nos teus lábios .
De fato , nós somos uma mistura de lama e sonhos .
Não entres na minha noite solitariamente, e não recomendes a escuridão .
Eu ainda continuo pendurando as lanternas na lama.
Nenhum azul a não ser as cores do amor nos teus olhos ..
Ela costumava dizer-me .
Fethi Sassi, Final de outubro, 2015
«Na minha varanda… com um profundo sentimento de tristeza.
(ela costumava dizer-me) queimando a minha candidez sob uma sombra de
Mármore.
Este poema foi dedicado especialmente a ela; enaltecendo o som vivo
Dentro de mim, cheio de ansiedade… e nostalgia.
Os quadros poéticos desenham uma grande flor no meu coração cheio de
caos e que me leva lentamente para o cheiro do perfume dela.»
(tradução de Miguel Silvestre)
Categorias:Opinião





