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Nuno Graça inaugura “QuarteirÀdentro” na Galeria de Arte da Praça do Mar, em Quarteira

O fotógrafo quarteirense Nuno Graça inaugurou na tarde deste sábado, 3 de agosto, na Galeria de Arte Praça do Mar, em Quarteira, a exposição fotográfica “QuarteirÀdentro”.

A inauguração contou com a presença do presidente da Junta de Freguesia de Quarteira, Telmo Pinto e Sónia Neves, do seu executivo; da presidente da Assembleia de Freguesia, Lígia Brito; do vice-presidente da CML, Pedro Pimpão e dos vereadores Ana Machado, Heloísa Madeira, Marilyn Zacarias e Carlos Carmo; dos diretores municipais Dália Paulo e João Serrão, entre muitos outros.

Uma exposição que abre as portas à história da cidade. De parede em parede, a identidade da localidade revela-se em cada imagem e, em simultâneo, a vida e a realidade muito próprias da cidade de Quarteira.

Em declarações ao PlanetAlgarve, Nuno Graça começa por agradecer à Câmara Municipal de Loulé por esta oportunidade, bem como o contributo de Sara Salero “que, com os seus poemas, acrescentou à mensagem uma dimensão mais profunda e abrangente”, salientando que esta exposição fotográfica “é um trabalho que já estava selecionado aquando dos Encontros do DeVir. Roteiros Subjetivos, Itinerários Alternativos. Era essa a temática do inquérito que José Laginha elaborou. A seleção fotográfica foi feita para aquele fim. As pessoas entram e molham logo os pés na praia, escutando o marear das ondas. Em termos fotográficos, tendo em conta o nome da exposição, a ideia é entrar por Quarteira adentro. Então, damos logo de caras com a entrada de Quarteira que é o porto de pesca. Depois, o temporal, as tormentas, porque o mar, em dias de temporal, há séculos que entra por Quarteira adentro sem pedir licença. Mas também o mar tranquilo que permite que Quarteira saia para o mar com as embarcações. Seguidamente, entramos noutra sala que mostra a tranquilidade da noite com esta magia que Quarteira tem, com o seu silêncio próprio, o seu dormir próprio, o silêncio de uma vida própria que é a faina piscatória com os pescadores a irem de madrugada para o mar. Depois, aquela envolvência em que as pessoas se reúnem em torno de causas coletivas para saírem à rua em momentos de fé, momentos de crença, passando uma pincelada num corredor com a procissão e o mar à vista. Seguidamente, entramos na zona urbana para dar uma pincelada na arquitetura com a fronteira urbana criada na criação da Av. Sá Carneiro e as construções ao longo da marginal”.

Então, deparamos com um paralelepípedo de azulejos. Aquela exposição fazia sentido sem aquele elemento, questionamos. A resposta vem sem hesitações: “Não. Aquele elemento demarca uma característica do revestimento e da resistência das habitações de uma determinada época. Quarteira é, manifestamente, uma das localidades com mais variedade de azulejos, desde o azulejo da casa-de-banho ao azulejo de chão na fachada das casas com a vaidade que as pessoas tinham, naquele tempo, de fazerem a sua casa diferente da casada vizinha”.

Passando a outra parede, “temos uma passagem mais delicada, um observatório. Os olhos de hoje, multiculturais, numa terra que tem maneiras de ver as coisas de forma diferente pelas pessoas que vêm de fora, com outras línguas, e que estão atentas aos problemas, que já foram resolvidos mas que não podemos esquecer”.

Noutra área, passamos aos eventos. “Temos a presença dos Santos Populares, um evento anual, o mais exuberante da nossa localidade. Passa despercebido somente pelo detalhe. As pessoas estão habituadas às fotos panorâmicas, onde fica tudo dito e aqui são somente dois detalhes. Quem quiser ver no conjunto, venha visitar Quarteira na época certa. Depois, temos dois espetáculos do ano anterior, A Freguesia, que deu a amplitude que a Praça do Mar tem na memória das pessoas. Um espetáculo de um encenador quarteirense, Ricardo Neves-Neves, que merece a maior exaltação e presença obrigatória na exposição, até porque fala da identidade local ao longo de centenas de anos. Uma peça com um texto maravilhoso e está aqui com duas pinceladas de palco. Mesmo ao lado, um artista da terra, o Polly, com um grande nome da nossa música, o Jorge Palma”.

Virando a esquina, surge o Mercado do Peixe, “uma ansiedade constante. As pessoas que lá entram sentem-se em casa. Ali está a voz do peixe a falar em cima da banca com os vendedores. Em suma, aquilo que temos de melhor que é o peixe. Uma mudança anunciada para os próximos anos é algo a acompanhar atentamente, a ver se terá a mesma característica e a mesma personalidade para dar dignidade àquela atividade”.

Uma exposição que pretende ser “interpretada por cada um à sua maneira e é no coletivo que depois a mensagem vem para fora. Vêm as convicções políticas, as convicções emocionais, depois há o daltónico que só vê a preto e branco, o surdo que não viu nada, vêm as deduções todas. É todo esse conjunto que faz o sucesso da iniciativa. Quando não há crítica, as coisas passam despercebidas. Tem que haver crítica, comentário e opinião de quem vem ver. Esses é que contam, que fazem com que tenha valor ou não”.

Este é, pois, um convite aos muitos residentes e turistas que se encontram de férias em Quarteira para redescobrirem a cidade com um outro olhar.

Natural de Quarteira, Nuno Graça é fotógrafo profissional e ao longo dos anos tem dedicado o seu trabalho a esta cidade, captando os momentos mais importantes desta terra, as suas gentes e as suas paisagens.

A exposição pode ser visitada de terça-feira a sábado, das 15h00 às 19h00 e das 20h00 às 23h00. A inauguração está marcada para o dia 3 de agosto, às 19h00. A entrada é livre.

A entrada é livre.

Por: Jorge Matos Dias / PlanetAlgarve

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