Loulé

BE Algarve denuncia destruição de habitats de espécies protegidas no Parque Natural da Ria Formosa

Uma área de pinhal integrada em zona de proteção parcial do Parque Natural da Ria Formosa foi alvo de abate indiscriminado de árvores saudáveis de grande porte e intervenção no solo que provocou a destruição de habitats de espécies protegidas.

A destruição terá sido provocada pelo proprietário do terreno ao abrigo das medidas de defesa contra incêndios.

A zona protegida, com uma área estimada de cerca de cinco hectares, está situada junto à praia do Ancão, na freguesia de Almancil, concelho de Loulé. A zona é conhecida por albergar várias espécies protegidas, entre as quais uma espécie endémica e de elevado risco de extinção – a tuberaria, vulgarmente conhecido por alcar-do-algarve –, cuja distribuição mundial está circunscrita a apenas algumas áreas no Algarve.

Em resposta a uma denúncia de um munícipe, a Câmara Municipal de Loulé terá comunicado que, após averiguada a situação pelos seus serviços de fiscalização, a intervenção naquele local estaria licenciada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), tendo o município arquivado o processo de denúncia.

O Bloco de Esquerda considera ser de grande gravidade o ocorrido na zona de proteção parcial do Parque Natural da Ria Formosa, junto à praia do Ancão. Por isso entende ser urgente apurar responsabilidades, atuar nos termos da lei e garantir que situações semelhantes não voltam a ocorrer. É ainda necessário recuperar o arvoredo, os habitats e as espécies protegidas daquele local, de modo a que sejam repostas as condições ecológicas prévias.

Atendendo ao exposto, os deputados João Vasconcelos e Nelson Peralta, do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, questionaram o Governo através do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, endereçando as seguintes perguntas:

1 – As autoridades competentes foram notificadas da destruição causada na zona de proteção parcial do Parque Natural da Ria Formosa, junto à praia do Ancão?
2 – O Governo confirma o licenciamento pelo ICNF da intervenção no local?
2.1 – Em caso afirmativo, em que diferiu a intervenção feita pelo proprietário do terreno e a intervenção licenciada pelo ICNF?
3 – Quantas árvores foram abatidas? A que espécies pertencem?
4 – Que habitats foram destruídos e/ou danificados?
5 – Estão as autoridades competentes a apurar responsabilidades sobre o sucedido na área de pinhal junto à praia do Ancão?
6 – Estão previstas medidas de mitigação dos danos provocados no local?
6.1 – Em caso afirmativo, quais as medidas previstas e quando serão implementadas?
7 – Que medidas prevê o Governo adotar para evitar que voltem a ocorrer intervenções semelhantes, realizadas ao abrigo das medidas de defesa contra incêndios?

Bloco de Esquerda Algarve

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