Na sexta-feira, 15 de setembro, o O historiador algarvio Fernando Pessanha, conhecido pela sua produção científica sobre a atividade dos corsários e a pirataria no Sul da Península Ibérica, obteve a classificação máxima com a sua tese apresentada na Universidade de Huelva – Espanha.

Com o título “Nuno Fernandes de Ataíde, o «nunca está quieto» – A ação do capitão de Safim no apogeu da presença militar portuguesa em Marrocos”, esta tese, orientada por Antonio Sánchez González, da Universidade de Huelva, e Vítor Gaspar Rodríguez, da Universidade de Lisboa, aborda a ação militar do guarda-mor de Alvor e capitão de Safim, nos Algarves além-mar, em Marrocos.

Conhecido pelos seus contemporâneos como o “nunca parado”, Nuno Fernandes foi um dos capitães da expansão portuguesa no Norte de África. Através da sua ação militar, este comandante liderou uma série de campanhas vitoriosas que chegaram às portas de Marraquexe e ao Grande Atlas. Foi o precursor do primeiro Protetorado europeu em Marrocos, 400 anos antes dos Protetorados espanhóis e franceses contemporâneos.

De acordo com o Historiador português, embora Nuno Fernandes de Ataíde tenha sido o grande campeão do projeto imperial do rei D. Manuel de Portugal no Norte de África (com uma operacionalidade militar que só tem comparação com a ação de Afonso de Albuquerque no Oriente), ainda não havia tese académica dedicada à sua ação estratégica e militar. Esta tese permite preencher, finalmente, esta lacuna na historiografia da Expansão Ibérica do início do Séc. XVI.

O tribunal, constituído por David González Cruz, Professor de História Moderna da Universidade de Huelva; María Augusta Lima Cruz, professora da Universidade Nova de Lisboa e Universidade do Minho; e Manuel Fernández Chaves, professor da Universidade de Sevilha, decidiu atribuir à pesquisa do agora Doutor Fernando Pessanha a classificação “excelente por unanimidade”.