Algarve

Movimento Associativo da Cultura do Algarve instiga ao pensamento coletivo e colaborativo na região

Desde 2023 já tiveram lugar dois grandes encontros presenciais do MACA [Movimento Associativo da Cultura do Algarve]. Uma estrutura informal que congrega mais de centena e meia de agentes culturais, artistas, empreendedores e representantes de instituições públicas e empresas do setor cultural algarvio e que está a dar passos seguros com ações que, continuamente, são postas à discussão e construção conjuntas, em plenários de acesa proatividade.

Para a maioria das pessoas até pode estar a passar despercebida a existência do MACA, pois um coletivo que começou de forma espontânea e que depois se organizou para dar frutos não é uma engrenagem simples de colocar a funcionar.

Assumindo essa circunstância, as inúmeras entidades que compõem o MACA estão, sobretudo, focadas em levar a cabo consensos para, a uma só voz, reivindicar o que consideram ser os «mínimos olímpicos» para dignificar o setor cultural na região do Algarve.

Desde logo, está a ser feito um mapeamento das estruturas do setor que existem espalhadas pela região. Está a trabalhar-se para o aumento progressivo e sustentável da partilha de informações, recursos, projetos e ideias.

Para além disto tudo, o MACA está empenhado em desenvolver mecanismos em rede para influenciar as políticas públicas e o financiamento do setor cultural algarvio. Ao longo dos últimos dois anos, têm sido várias as reuniões ou participações em eventos públicos em que o MACA manifesta a sua visão e leva mais longe a voz de quem no Algarve trabalha no desenvolvimento da cultura.

Trata-se, portanto, de um movimento em construção, de natureza civil e independente com um pensamento coletivo e colaborativo – essencial numa região cuja cultura precisa ser fortalecida enquanto setor – e que surgiu como estrutura vigilante e preocupada com a extinção da direção regional de cultura.

Temas como a comunicação, representação, comunidade e financiamento estão a ser trabalhados em grupos de participantes que dão o seu melhor para levar a cabo uma estratégia de atuação que passará sempre por conhecer cada vez melhor o terreno e os seus agentes, entender as suas dificuldades, mas também as potencialidades e otimizar a capacidade de trabalhar em rede e construir um algarve artístico e cultural com mais horizonte.

Assim, mais de centena e meia de organizações que trabalham na componente artístico-cultural algarvia, e que integram o MACA, estão a transformar cada vez mais este movimento numa ferramenta estratégica e inovadora que pretende fortalecer a rede de agentes culturais na região.

A curiosidade em torno do MACA é crescente face à nova visão de coletivo que apresenta e o que essa condição, a médio-longo prazo, pode beneficiar a economia cultural da região.

Recorde-se que o MACA surgiu em março de 2023 aquando da reestruturação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRAlg), que absorveu também as competências da Direção Regional da Cultura. O Movimento representa o setor na Comissão de Acompanhamento do Programa Regional Algarve 2030, no seio do qual serão implementados na região os apoios à cultura através dos fundos estruturais da União Europeia.

O MACA viu já o seu Manifesto aprovado em sessão plenária, que apresentamos abaixo.

A extinção das direções regionais de cultura (em 2023) e a passagem das suas funções para as CCDR,
colocou vários desafios à área da cultura em todas as regiões. Entre eles, expôs problemas que se vinham
assinalando de há muito no quadro das políticas públicas territoriais à escala regional na área da cultura
e veio chamar a atenção para a enorme importância das relações de proximidade que as direções
regionais de cultura vinham cultivando com agentes e instituições culturais. Esta proximidade, que deve
ser conservada e ampliada, desenvolve-se agora num novo quadro. Tornou-se assim oportuna a criação
e dinamização de uma estrutura que assegure e promova o debate dentro da comunidade do setor
cultural e criativo e a interação com o novo quadro administrativo regional para a cultura. Eis o MACA,
Movimento Associativo da Cultura do Algarve!

Movimento
Ação, dinâmica, força, vontade! O MACA é uma estrutura de afirmação das comunidades do setor
cultural e criativo do Algarve no sentido de fortalecer o protagonismo da cultura na vida da região,
reforçar a sua presença junto das administrações regionais a todas as escalas e estimular as atividades
colaborativas que reforcem as dinâmicas do setor. Para isso promove a monitorização contínua do
universo cultural regional e cria um fórum de escuta ativa para identificar e atender às necessidades
conjuntas dos agentes culturais.

Associativo
Juntar, unir, focar, projetar! O MACA reúne todos os interessados formais e informais na vida cultural da
região para objetivos específicos internos e externos. Dentro dos objetivos internos o movimento
promove a escuta entre agentes e subsetores de todos os domínios da cultura para definir necessidades
comuns e dinamizar os projetos que lhe deem resposta. Dentro dos objetivos externos, o movimento
constitui-se como interlocutor institucional regular para as políticas públicas na área da cultura,
sobretudo à escala regional e local.

Cultura
Democracia, inclusão, sustentabilidades, ambição! O MACA atua na área da cultura, não só no sentido de
sector cultural e criativo, mas também para além dele. Apela e integra todos e está aberto para além dos
domínios consagrados no perfil do setor. O movimento procura estimular a transversalidade sectorial e
promover a ressonância da vida cultural da região, alargando-a a todos os níveis de conhecimento e
atividades, nomeadamente o ensino, as atividades económicas e, sobretudo, as condições para uma
criatividade livre e aberta tendo em vista colocar a cultura como protagonista da vida regional e
consequentemente nacional e internacional.

Algarve
Região, escala, cosmopolitismo, futuro! O MACA visa contribuir para ultrapassar as crónicas
segmentações internas da vida cultural da região e a sua prevalecente determinação pelo sector turístico
promovendo um novo quadro de sinergias atento à riqueza e diversidade criativa da região, às suas
articulações internas e suprarregionais e voltado para uma condição futura da vida cultural do Algarve
cosmopolita e ambiciosa.

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