“Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar.” Inspirados pelo verso da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen, um grupo de alunos do 11.º e 12.º anos do Curso Profissional de Multimédia da Escola Secundária de Loulé concebeu uma exposição fotográfica poderosa. A mostra, patente nos Paços do Concelho, visa sensibilizar a comunidade para a violência contra mulheres e raparigas, uma das prioridades do Plano Municipal para a Igualdade e Não Discriminação de Loulé (2023-2026).

Criada no âmbito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres (25 de novembro), a exposição apresenta mensagens fortes que denunciam as várias faces da violência – física, psicológica, sexual e social –, um flagelo global e uma das violações de direitos humanos mais persistentes. Para alargar o seu impacto, a exposição será inaugurada na Escola Secundária de Loulé a 10 de dezembro, data que assinala o Dia dos Direitos Humanos.
Os jovens autores foram recebidos no salão nobre pelos responsáveis municipais da área da igualdade, onde partilharam o processo criativo e a importância do projeto. A vereadora da Educação, Maria Esteves, anfitriã do encontro, elogiou a qualidade e o simbolismo das obras, desafiando os alunos: “Que este combate não fique só no papel, mas seja diário. Por favor, jovens, façam a diferença!”
A diretora da escola, Renata Afonso, reforçou a importância de trabalhar estes temas com as novas gerações: “É preciso insistir para que as situações aqui retratadas não se repitam”. A conselheira externa para a igualdade, Helena Silva Gomes, lembrou que, para além da violência física, existem formas “mais silenciosas”, como a psicológica, emocional ou a desigualdade salarial. Por sua vez, a conselheira interna Rute Nascimento dirigiu-se diretamente aos jovens sobre a violência no namoro, apelando: “Sempre que identifiquem este tipo de situações, denunciem. Podem fazer toda a diferença e há muitos canais de apoio”.
O Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres foi estabelecido pela ONU em 1999 em homenagem às irmãs Mirabal – Patria, Minerva e Maria Teresa –, ativistas assassinadas na República Dominicana em 1960 pela sua luta contra a ditadura.
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