No próximo sábado, 23 de março, pelas 15h00, vai ser apresentado no Arquivo Municipal de Loulé o livro “D. Diogo da Gama, Subsídios para uma biografia”, sobre o Prior da Ordem de Cristo, da autoria de Ivone Alves, Jorge Custódio e Margarida Marques.
«Talvez possamos fazer um outro exercício de ‘reconhecimento’, juntando o duque de Beja e rei D. Manuel (1469-1521), o Descobridor e conde-almirante, D. Vasco da Gama (1468/9-1524), o D. Prior, D. Diogo da Gama (1460/70-1523). Sensivelmente da mesma geração, conheceram-se, estabeleceram relações de trabalho e vassalagem, também familiares, talvez de amizade quem sabe. Três crianças que poderão ter brincado juntas; três jovens que se terão cruzado; três homens de destinos diversos, mas dos quais temos notícia apenas através do rei que neles confia e lhes atribui alguns cargos de responsabilidade.
Cai o pano sobre o teatro das suas vidas, do diálogo entre irmãos, ou das razões da sua inexistência, nada ficou registado. Temos ‘retratos’ do rei e do descobridor, por pouco fidedignos que sejam. Podemos imaginá-los para além e para aquém de toda a informação recolhida. Também temos documentos ‘emanados por’ ou que se lhes referem.
Destes três jovens, que talvez tenham crescido juntos; destes três homens que trabalharam em simultâneo e em separado na mesma época; destas três figuras públicas que morreram uma após outra, em curtos intervalos e em locais bem diversos; O Rei, a 13 de dezembro de 1521, em Lisboa, Paço da Ribeira. O Prior, a 25 de janeiro de 1523, em Tomar, Convento de Cristo; O Descobridor, a 24 de dezembro de 1524, em Cochim, Estado Português da Índia».
Os autores
Ivone Correia Alves é natural do Funchal. Licenciada em História, mestre em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa, pós-graduada em Ciências Documentais (opção Bibliotecas e Centros de Documentação) pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Tem desenvolvido diversos trabalhos de investigação, nomeadamente no âmbito da História dos Descobrimentos.
Margarida Marques nasceu em Coimbra. Licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Tinha concluído, anteriormente, o curso de Tradutor-Intérprete do Instituto Superior de Línguas e Administração de Lisboa. Durante 38 anos trabalhou numa empresa multinacional de informática, onde a sua atividade profissional se desenvolveu na área das Tecnologias da Informação. Após a reforma tem-se dedicado à investigação histórica.
O historiador e museólogo Jorge Custódio é especialista em arqueologia industrial. Natural de Santarém, coordenou a candidatura da cidade a património mundial na década de 90, é quadro superior do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico. No seu currículo, destaque para a passagem pela direção do Convento de Cristo, em Tomar, entre 2002 e 2007. Trabalhou nos projetos do Museu dos Lanifícios na Covilhã, do Museu da ”Fábrica de Cortiça do Inglês”, em Silves, coordenou a montagem do Museu do Cimento de Maceira-Liz e o projeto do Museu do Tempo em Santarém, instalado na Torre das Cabaças.
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