A divulgação mensal do tráfego aéreo registado nos aeroportos portugueses tem constituído, desde sempre, uma importante ferramenta de gestão para todos aqueles que se relacionam directa ou indirectamente com a actividade turística no nosso país.
A decisão da ANA em suspender a divulgação destes indicadores surpreende pela negativa, sobretudo porque ocorre numa altura em que um operador privado (VINCI) se prepara para assumir a gestão em regime de monopólio destas importantes infraestruturas aeroportuárias.
Atitudes desta natureza deixam antever uma relação conflituosa no futuro, principalmente porque as mesmas atentam contra o interesse geral. Está em causa a divulgação de indicadores decisivos e determinantes para avaliar a evolução do sector turístico nas várias vertentes, mas também e, muito principalmente, para a definição de estratégias promocionais e outras.
A AHETA recorda que a divulgação regular e atempada do movimento e tráfego de passageiros é uma prática comum em todos os aeroportos mundiais, (mesmo quando os números não são agradáveis), pelo que menos se percebe esta decisão unilateral da ANA.
Por outro lado, não menos importante, e para que conste, o sector privado financia e apoia desde há alguns anos novas rotas aéreas e companhias de aviação, cuja beneficiária principal é precisamente a ANA, atendendo ao aumento de receitas daí derivado, o que menos justifica a decisão agora tomada, ainda por cima sem qualquer aviso prévio.
Neste sentido, a AHETA apela ao bom senso dos responsáveis da ANA para reporem rapidamente uma prática seguida durante décadas, traduzida na divulgação mensal dos dados estatísticos respeitantes aos movimentos e tráfego de passageiros nos aeroportos portugueses.
A AHETA apela ainda ao Governo que, em nome do interesse nacional, intervenha junto dos responsáveis da ANA, visando repor a normalidade nesta matéria, tanto mais que não aceitamos a ideia segundo a qual estas instruções terão tido origem no operador privado.
Trata-se de uma atitude incompreensível, descabida, despropositada e, em última análise, perfeitamente ridícula, a que importa por termo.
A Direcção da AHETA





