Durante anos, os mineiros da Sal Loulé, da cidade homónima, consideravam um empecilho as pedras de sal que dela retiravam, sobretudo na parte final dos seus dias de trabalho.
A mina fica situada no centro de Loulé e emprega 14 mineiros. Todos os dias, eles descem 230 metros para de lá retirar o sal necessário, por exemplo, para fazer o degelo das estradas – no caso de neve ou gelo – utilizar nos fertilizantes químicos ou ração para animais.
Nos últimos meses, porém, este empecilho transformou-se em lucro que é consumido nos restaurantes louletanos. “Os nossos processos levam a que apareçam materiais muito pequenos. No entanto, no final do turno, aparece uma zona com materiais mais grosseiros. Para nós, estas pedras dão-nos trabalho, é preciso parti-las”, revela Alexandre Andrade, da mina de Sal Loulé.
É aqui que entra Jorge Raiado. Este empresário local já utilizava o sal para condimentar os alimentos, mas agora o desafio é outro. “Para eles era um problema, porque tinham de destruir estas pedras. Para nós é fantástico, porque só temos de cortar e escolher as melhores pedras. E colocá-las na mesa”, explicou ao Economia Verde Jorge Raiado, fundador da Flor de Sal Salmarim.
Quem também prefere as pedras inteiras é Leonel Pereira, chef do restaurante São Gabriel e adepto do sal como grelha. Ou seja: antes, a pedra não tinha qualquer valor. Hoje, ela é utilizada pelo chef Leonel Pereira num restaurante com estrela Michelin – fazendo as delícias, literalmente, dos seus clientes.
Fonte: Green Savers





