Algarve

Médicos denunciam “degradação” do serviço

Adiamento de cirurgias por falta de material cirúrgico, “atrasos inaceitáveis” na realização de exames” e faltas frequentes de medicamentos e de material corrente, como luvas. Estas são apenas algumas das denúncias dos médicos assistentes do Centro Hospitalar do Algarve, que alertam para a “degradação dos cuidados de saúde” na região, avança o Diário de Notícias.

Pedro Nunes

Pedro Nunes

Em carta ao conselho de administração daquela unidade de saúde, assinada por 183 dos cerca de 220 especialistas da instituição, os médicos não só denunciam os problemas como acusam o presidente do centro, Pedro Nunes, de fazer “ameaças e chantagens” aos profissionais, “desconsiderando por completo a Direção Clínica”.

Pedro Nunes garante que não está incomodado com a carta porque está no hospital para “defender o interesse público e não o interesse dos médicos”. O ex-bastonário dos médicos diz que as acusações de “ameaças e chantagens” devem-se apenas ao facto de tentar fazer cumprir as regras. “Claro que se não se cumprirem as regras há consequências, mas isto é chantagem?”.

O administrador admite que há atrasos nos exames complementares, nomeadamente na radiologia, onde não conseguem dar resposta, mas diz que não está nas mãos dele resolver este problema, que resulta da carência de profissionais. Quanto às outras acusações, considera que são injustas para os serviços de aprovisionamento e que há “um aproveitamento” de pequenas falhas.

“Não vale a pena negar que há restrições financeiras e que a carga burocrática torna muito difícil gerir um centro hospitalar como este, mas quando eu cheguei havia uma derrapagem de 40 milhões por ano que não podia continuar”, argumenta.

Segundo a carta, além das críticas já referidas, a urgência em Portimão “passa frequentemente por situações ridículas, ao melhor estilo dos Países em vias de desenvolvimento”.

A posição surge sete meses após a criação do CHA, que juntou as unidades de Faro, Portimão e Lagos, e segundo os profissionais veio agravar alguns problemas. Os outros, já referidos, têm “graves reflexos na saúde dos doentes” e “repercussões directas negativas sobre os indicadores hospitalares, como a demora média de internamento”.

Mas os médicos concentram as críticas na maneira como o processo está a ser conduzido, de “forma autocrática”, dizem, acrescentando que isso está a afastar os clínicos numa altura em que a carência de recursos humanos é grave.

Fonte: Diário de Notícias

Categorias:Algarve, Ocorrências, Saúde

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