A arte Xávega é um sistema de pesca artesanal em vias de extinção. Para além de um meio de vida para alguns pescadores da Meia Praia é, também, uma atração para os turistas.
A Câmara Municipal de Lagos reconhece o valor histórico e patrimonial da tradição ligada à pesca algarvia. Tal é o caso da arte xávega local. A xávega é uma forma artesanal de pesca de arrasto, que executa um cerco que varre o fundo arenoso numa extensão variável, em arco, dependendo do tamanho da arte. A rede largada pela barca, ou calão, fica ligada a terra por dois cabos e é, depois, puxada da praia, capturando o peixe que se encontra dentro do cerco.
Tradicionalmente a recolha era feita a trabalho braçal registando-se também o recurso de juntas de bois, e mais tarde foram introduzidos os tratores – nomeadamente na costa Oeste. Na Meia Praia mantém-se, há mais de 100 anos, a tradição de puxar a rede à força de braços.
Recorde-se que já em 2013 foi aprovada na Assembleia Municipal de Lagos, uma moção da CDU, em que se defendia a continuidade desta arte na sua versão artesanal, em detrimento da utilização de meios mecânicos, ao contrário do que se tem verificado ultimamente (laboração de uma arte com recurso ao uso de tratores). Na altura foi defendido que “esta pesca é não só um meio de vida de pescadores. Igualmente é significativa em termos de economia local, na exploração não poluente nem predadora de um recurso natural, como representa um interessante e único espetáculo para os utentes da praia, a tal ponto que visitantes se deslocam propositadamente para apreciar este trabalho, e até para participar na tarefa de puxar a rede”.
É neste sentido que a autarquia reconhece o valor da tradição desta arte, que decorre ao longo do ano e que atrai as atenções e recolhe a simpatia da gente local e dos turistas.
Por: Município de Lagos
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