A 3.ª edição atualizada do livro do Coronel de Infantaria Manuel Amaro Bernardo, “Marcello e Spínola, a ruptura: as forças armadas e a imprensa na queda do Estado Novo; 1973-1974”, foi apresentada ontem (19 de setembro de 2014) à noite no Pólo de Quarteira da Biblioteca Municipal de Loulé. A sessão contou com a presença de diversos militares de Abril, entre os quais o Dr. Coronel Luís-Villas Boas (diretor do Refúgio Aboim Ascensão), o Coronel Armando Ramos (Revolta das Caldas da Rainha) e o Coronel José Caniné (natural de Quarteira).
- A diretora da Biblioteca de Quarteira, Ana Diogo, deu início à sessão
- Intervenção do Coronel Alberto Ferreira
- Intervenção do Coronel Manuel Bernanrdo
- Militares de Abril na assistência com José Caniné e Luís Villas-Boas na primeira fila
- Sessão de autógrafos
- Coronel Armando Ramos falando sobre a Revolta das Caldas
- Sessão de autógrafos
A diretora da Biblioteca de Quarteira, Ana Diogo, fez as honras da casa, apresentando o Coronel de Infantaria Alberto Ferreira, apresentador da obra.
Na sua apresentação da obra, o Coronel Alberto Ferreira começou por referir: “Este é o ano em que se comemoram os 40 anos do 25 de Abril e o livro do Manuel Bernardo relata episódios altamente relevantes deste acontecimento histórico, alguns deles desconhecidos e outros bastante controversos”, acrescentando: “Fala-se e escreve-se muito sobre esta data mas com muitos erros dos seus intervenientes sobre a sua génese, causas, consequências e realização. Afirmo tal porque vivi e participei ativamente em alguns episódios que verifico não serem apresentados com a autenticidade da sua efetivação. Por desconhecimento? Por má fé? Por análise errada de fontes? Algumas já viciadas à nascença pelas ideologias dos seus progenitores? Por desejo de protagonismo ou ambição? Para branqueamentos de comportamentos do regime político anterior? Há talvez de tudo um pouco. O Manuel Bernardo, conhecendo bem estas realidades do pré e do pós 25 de Abril, quer pelas vivências pessoais, estudos, audiências, debates, colóquios, não podia deixar, mais uma vez, de dar agora, em Quarteira, onde tem casa e vive parte do ano, um contributo para esta data. E de que melhor maneira o podia fazer do que com a apresentação deste livro, no qual, como em muitos que escreveu, se esforça por esclarecer o que foi na realidade o 25 de Abril e o período envolvente”, sustentando que, “em relação aos episódios do 25 de Abril, as afirmações de alguns são apresentadas por outros de maneira contrária, esforçando-se por desfazer estas contradições numa dialética hegeliana, ouvindo teses e as suas contrárias, fazendo poucos juízos de valor mas mais juízos da realidade, deixando que a síntese possa ser efetuada por terceiros, em especial pelos historiadores futuros, sem os facciosismos de ideologias para que a perceção errada possa aparecer o mais possível isenta de dúvidas”.
O Coronel Alberto Ferreira abordou ainda “os desvarios para onde caminhava a Revolução Portuguesa logo a seguir ao 25 de Abril, por culpa de minorias ao serviço de interesses que não eram os de Portugal. Assim, assistimos a ocupações selvagens de propriedades, saneamentos selvagens, indisciplina nos quartéis, descolonizações apressadas, prisões, torturas e até fuzilamentos nos ex territórios ultramarinos. Tentar evitá-los, denunciá-los, trouxe ao Manuel Bernardo, de início, dissabores, inclusive uma tentativa de saneamento da carreira militar, ao tentarem impedi-lo de ser promovido. O mesmo aconteceu a camaradas, alguns dos quais chegaram a ser presos, apesar de serem oficiais do 25 de Abril. Episódios a que se assistiu e que Manuel Bernardo aborda nos seus livros”, partilhando com os presentes dois desses episódios: Os mandatos de captura em branco (sugeridos por militares revolucionários e aprovados em Assembleia do MFA, ficando igualmente decidido que seriam assinados pelo então Major Otelo Saraiva de Carvalho, na altura comandante do COPCON – Comando Operacional do Continente, criado por decreto do então presidente da República, General António de Spínola) e a utilização de um deles para a tentativa frustrada da sua própria prisão, numa altura em que fazia parte da Assembleia do MFA e da Assembleia do Governo Militar de Lisboa e do Conselho da Arma de Cavalaria.
A terminar, o Coronel Alberto Ferreira traçou o perfil do autor (ver abaixo).
Tomou então da palavra o autor da obra, Manuel Amaro Bernardo, Coronel de Infantaria (na reforma) e Escritor.
“Este livro já se encontra na sua 3.ª edição atualizada. Quero salientar o facto de, nas duas edições anteriores, terem sido, na minha opinião, razoavelmente esclarecidos dois temas tão debatidos: Um, o Alberto falou dele há pouco, foi o saneamento de oficiais no pós 25 de Abril, sem qualquer direito de defesa, uma das coisas mais desastrosas que se fizeram em Portugal, muitos dos quais, só mais de uma década depois é que conseguiram ver o seu problema resolvido. Mais concretamente 14 anos depois, através de Decreto Lei; O outro é a questão do comando do Regimento de Infantaria das Caldas da Rainha (tentativa falhada de golpe de estado conhecida por “Revolta das Caldas da Rainha”, em 16 de Março de 1974). O comandante da coluna está ali, o Armando Ramos. O Sr. Vasco Lourenço (tenente coronel na reserva, presidente da A25A)e mais uns seus coronéis apareceram lá a dizer que aquilo era tudo uma aldrabice e eu procuro desmontar essa história toda. Hoje, creio que ninguém tem dúvidas de que o Armando Ramos é que era o comandante da coluna. O Armando Ramos era o mensageiro da ordem dada por Casanova Ferreira, Manuel Monge e Otelo. Deram ordem para ele avançar porque vinham colunas do Norte, pelo menos uma, a de Lamego, e que já vinha sobre rodas. Portanto, as Caldas também tinha que avançar e ele foi lá transmitir essa mensagem. Depois, nenhum dos capitães quis avançar como comandante da coluna e o mensageiro foi transformado em comandante. Mas ele só comandou a coluna exigindo que um dos capitães que já tinha feito uma comissão no Ultramar, que era combatente, fosse ao seu lado, bem como outro, que também já tinha experiência, pois já tinha sido comandante dos Comandos. Depois, eles inventaram que o comandante da coluna tinha sido o capitão Piedade Faria, quando o comandante da coluna das caldas foi aquele senhor que ali está, o Armando Ramos, a quem eu agradeço ter vindo aqui hoje. Uma salva de palmas para ele”.
O Coronel Manuel Bernardo partilhou com os presentes alguns trechos dos prefácios escritos ao longo dos 20 anos das 3 edições da obra, salientado que “esta 3.ª edição tem um prefácio do general Vasco Rocha Vieira, que, como sabem, foi o último governador de Macau e que fez uma descolonização própria e consequente. Um homem considerado pelos algarvios e por todos os portugueses pela maneira como se comportou, quer no 25 de Novembro, sob o comando do general Ramalho Eanes, quer posteriormente, no processo de normalização democrática de Portugal”.
O autor da obra fez ainda questão de referenciar “três algarvios meus amigos – mais propriamente dois algarvios e um adotado – que se destacaram e ainda continuam com pujança nas áreas a que se têm empenhado. O primeiro é o Coronel José Caniné (presente na sala), ilustre militar que passou algumas vicissitudes ao longo da sua carreira em colisão com algumas amarras e violências do regime salazarista e que, no pós 25 de Abril, serviu esforçadamente Portugal e as suas Forças Armadas no Algarve – Tavira e Faro – por vezes em tempos muito conturbados e de difícil gestão. Depois, quando chegou aos 60 anos, passou a fazer poesia, nomeadamente quadras, sendo muitas delas publicadas em dois livros, ‘à Moda da Vida’, publicado em 1998 e ‘Inquietando’, em 2005. Publicou igualmente nesta área no semanário O Diabo, em 2007 e 2008”, lendo uma quadra dedicada na altura a Mário Soares:
Lá coerente é o Mário
É um génio em casmurrice
Nunca diz hoje o contrário
Das asneiras que ontem disse
Lendo ainda mais duas:
Gente a valer pouco ou nada
Que incomodei me convenço
Se não foi incomodada
Vale menos do que penso
Fiz o que soube fazer
Dei um ar da minha graça
Quem mais e melhor souber
Pois que mais e melhor faça
O Coronel José Caniné não resistiu e também ele partilhou uma “oportuna em relação àquilo que foi dito aqui. É que há muita gente a dizer coisas sobre o 25 de Abril e um dia veio-me à ideia fazer esta quadra:
Dos que escrevem sobre Abril
E juram ser coerentes
Há 100 que iludem 100 mil
De mil maneiras diferentes”
O Coronel Manuel Bernardo prosseguiu: “O segundo militar é de Viana do Castelo e foi adotado, ainda antes do 25 de Abril, na minha cidade natal de Faro. Trata-se do doutor em Psicologia Clínica e Coronel de Cavalaria de FA, Luís Villas-Boas. Tal como o Alberto Ferreira fez hoje esta apresentação, também este oficial foi cravado, entre aspas, para fazer a primeira apresentação desta 3.ª edição no Museu Militar, em Lisboa, há quase 3 anos. Anda, pelas boas razões, nas bocas do mundo, em Portugal e no estrangeiro, através das suas persistentes e valiosas comunicações na comunicação social, e não só. No pós 25 de Abril, tem dedicado o seu saber e a sua competência na Emergência Infantil por si fundada, a par do Refúgio Aboim Ascensão. Parabéns, Luís, continue por muitos anos essa obra meritória no apoio às nossas crianças. A terminar, quero salientar mais um algarvio, nascido em Lagoa e criado em Lisboa: o Vasco Rocha Vieira. Trata-se desse general que, como sabem, se destacou na maneira sábia e competente como fez a dita descolonização de Macau, mais de 25 anos depois de outros territórios ultramarinos portugueses. Um general que também é engenheiro, que tão bem soube gerir a sua imagem pública. Será desnecessário referir a sua atuação eficiente e competente, no pós 25 de Abril, quando, depois do empenhamento no 25 de Novembro, no staff do então Coronel Ramalho Eanes, saltou para a ribalta ao substituí-lo no cargo de Chefe do Estado Maior do Exército, em 1976, nos difíceis tempos do rescaldo do PREC (Processo Revolucionário Em Curso). Foi graduado em General de 4 Estrelas mas depois, quando saiu dessas funções, foi frequentar em Pedrouços o devido curso para, efetivamente, chegar mais tarde, ao posto de General de 3 Estrelas. Hoje, como sabem, é Tenente General. Depois de ter estado na NATO e em Bruxelas, voltou a um cargo político, desta vez como Ministro da República nos Açores e, mais tarde, desempenhou as funções de último governador de Macau”.
(ver intervenção integral no fundo do artigo, deixada pelo próprio nos comentários)
A terminar, o Coronel Manuel Bernardo lembrou que, “no ano passado, no Dia de Quarteira, 13 de maio, foi descerrada uma placa na frontaria da casa onde nasceu o quarteirense José Caniné, na Rua 25 de Abril, onde se refere ser este um ilustre militar e poeta”.
O Coronel José Caniné interrompeu abruptamente: “E és tu o responsável. E peço ao Coronel Alberto Ferreira, no período de debate, caso haja tempo disponível, esclarecer a assistência, nesta altura dos 40 anos do 25 de Abril, das diligências por nós feitas, para concluir qual foi o primeiro destacamento militar que entrou na sede da PIDE/DGS no dia 26 de Abril. E digo isto porque, ao contrário do que consta no site da Associação 25 de Abril (A25A), quem fez inicialmente foi o pessoal de Estremoz, comandado aqui pelo Alberto Ferreira, e não os fuzileiros do Costa Correia, com quem nós discutimos este assunto e ele concordou que foi assim. O Costa Correia concordou mas o senhor que fez o site da A25A ainda não concordou. Ainda temos que almoçar com ele para ver se o convencemos que a verdade é esta e não a que está no site da A25A”.
O Coronel Alberto Ferreira sublinhou: “Ainda que choque quem fez ou não fez, a verdade é que, com todos os seus erros, deficiências e demais consequências, temos hoje um sistema que é democrático. Houve inicialmente umas dúvidas de quem teria recebido a rendição do então Major Silva Pais. Eu fui o primeiro a entrar, depois de muitas peripécias, entre tiros e mortes – as únicas mortes que houve foi em frente da DGS – onde eu andei também a gritar «Os militares não dão tiros. Os militares fazem a Revolução sem tiros». É que tínhamos a experiência de que, se começássemos aos tiros, era difícil parar. Mas o facto é que, depois de várias diligências do Comando Operacional do Movimento das Forças Armadas, do Spínola, etc., eu fui o primeiro a entrar com uma secção de 9 atiradores de Estremoz e recebemos a rendição do Major Silva Pais. Recordo-me muito bem. Cumprimentámo-nos militarmente, ele pediu-nos que permitíssemos que os quadros superiores ficassem num lado e os quadros inferiores noutro lado. Eu disse: «Sim, senhor, deponham as armas aqui, empilhadas em montes». Assisti a uma conversa muito interessante de um agente da DGS a fazer uma reivindicação para o Major Silva Pais, a dizer: «Eu já falei com o presidente do Conselho (Marcello Caetano) e ele disse que ia resolver esse assunto». Isto é para que vejam. Falei com o Major Campos de Andrade que se tinha apresentado lá e com o qual eu entrei na DGS, que me disse: «Eh pá, eu recebi ordens para vir tomar conta aqui da DGS» e eu disse-lhe: «Sim senhor, pá». Fui com ele ver os arquivos da DGS onde estavam os processos das pessoas, só para saber onde estava, não quis saber do meu processo, o outro militar que ia comigo quis ver o processo dele, não me interessou e depois eu disse: «Segundo as normas militares, a inspeção a um edifício começa de cima para baixo. Subimos ao último piso, onde estavam as transmissões ainda em ligação com o Ultramar, onde estava uma série de telefonistas, umas meninas, quando nos viram entrar, ficaram assustadas e o Campos de Andrade disse: «Vão-se embora». As senhoras, assustadas, deram um salto e desapareceram. Prosseguiu a revista, eu de um lado e ele do outro, de cima para baixo, eu demorei mais tempo, ia vendo e abrindo e fechando algumas gavetas e quando cheguei ao piso onde tinha deixado o Major Silva Pais, verifiquei que estava já o Campos de Andrade com um oficial da Marinha, o Luís Correia, que eu não conhecia, e diz-me o Campos de Andrade: «Eh pá, está aqui um oficial da Marinha, pá, que me disse que ele é que fica a tomar conta disto», ao que eu respondi: «Então fazemos uma coisa: Telefona para a Pontinha a perguntar quem é, se ficas tu ou se fica ele». Ele telefonou e lá disseram que a Marinha ficava a tomar conta da DGS. A partir desse momento desliguei, fui para o pé das minhas tropas. Depois, começaram a aparecer versões diferentes, que a Marinha é que fez a rendição, quem fez e quem não fez e falou-se muito na Marinha. Um amigo nosso proporcionou-nos, para esclarecimento da verdade, um almoço em que estive eu, o Manuel (Bernardo), esse Luís e um outro oficial. Debatemos e ficámos os dois muito bem impressionados um com o outro. Em parte, ele tinha razão e em parte eu tinha razão. Ele chegou, o outro oficial chegou mas eu ainda andava em vistoria de cima para baixo. Houve umas conversações e chegámos a uma conclusão: A pessoa que eu julgava que andava a aldrabar, através dos tempos, afinal também tinha a sua razão, que era este Luís Costa Correia. Portanto, às vezes, o diálogo entre as pessoas, quando as pessoas são sérias e procuram a verdade e não protagonismos, dá bons resultados. Ficámos amigos e, mais tarde, ele mandou dizer a quem tinha feito aquelas parangonas, até no Boletim da A25A, que afinal não era assim e narrou, de facto, como as coisas se tinham passado. Mais tarde, ainda me disse que o oficial, julgo que almirante, diz que agora não tem dinheiro para fazer os novos opúsculos para emendar o que está escrito”.
A propósito do que foi dito, um dos militares presentes fez questão de deixar igualmente uma quadra:
Sei de alguns que num sorriso
Nos dizem tudo o que sentem
Outros há, se for preciso
Que até calados nos mentem
A terminar a sessão, o Coronel Manuel Bernardo assinou as suas obras a todos aqueles que o solicitaram.
ÍNDICE DA OBRA
MARCELO E SPÍNOLA – A RUPTURA A Imprensa e as Forças Armadas na queda do Estado Novo (1973 — 1974) | |||
Prefácio | 15 | ||
Introdução | 19 | ||
|
27 | ||
|
29 | ||
Salazar o Ultramar | 30 | ||
A indecisão política de Marcelo Caetano | 34 | ||
|
39 | ||
Sá Carneiro e a Ala Liberal | 40 | ||
A posição política de Pinto Balsemão | 43 | ||
As actividades da SEDES | 44 | ||
O Congresso de Aveiro, da Oposição Democrática | 45 | ||
O l.º Congresso da ANP | 53 | ||
A contestação estudantil | 57 | ||
Outras contestações menores | 59 | ||
O Encontro dos Liberais | 60 | ||
|
63 | ||
O Bispo do Porto e o caso da Capela do Rato | 66 | ||
A Igreja moçambicana e o Bispo do Porto prosseguem o confronto com o regime | 68 | ||
|
75 | ||
A desilusão dos Combatentes | 78 | ||
A intransigência de Marcelo Caetano | 80 | ||
A analise de um General do Exercito | 82 | ||
A perspectiva de Jaime Nogueira Pinto | 84 | ||
A minha experiência ultramarina | 87 | ||
|
97 | ||
A nova Lei de Imprensa | 99 | ||
O endurecimento do Exame Prévio | 100 | ||
|
115 | ||
os editoriais de Raul Rego | 117 | ||
O República e o 25 de Abril | 124 | ||
|
127 | ||
O confronto com o Exame Prévio: artigos proibidos | 129 | ||
As “Eleições Legislativas” e o Ultramar | 131 | ||
Outros artigos proibidos | 134 | ||
|
137 | ||
Os autores do regime | 138 | ||
A desfasada tese de Adriano Moreira | 140 | ||
Os best-sellers da Oposição | 144 | ||
Outros autores oposicionistas | 147 | ||
A actuação da censura | 150 | ||
|
155 | ||
O Recenseamento possível | 158 | ||
A perspectiva de Marcello Caetano | 160 | ||
Contradições e arbitrariedades da Lei Eleitoral | 162 | ||
A Imprensa e a Campanha Eleitoral | 165 | ||
O extremismo da Oposição e o espartilho governamental | 167 | ||
|
173 | ||
O Congresso dos Combatentes | 174 | ||
A conspiração corporativa do Movimento dos Capitães | 175 | ||
As movimentações dos Generais | 179 | ||
|
|||
|
189 | ||
O derradeiro diálogo dos militares com Marcello Caetano | 191 | ||
A agitação no meio militar | 192 | ||
|
197 | ||
A vitória exclusivamente militar é inviável | 200 | ||
A solução federativa | 202 | ||
|
205 | ||
O Observador | 207 | ||
O Expresso | 208 | ||
O República | 210 | ||
Fevereiro de 1974: o confronto inevitável | 213 | ||
III. O movimento insurreccional do l6 de Março | |||
Os antecedentes imediatos | 225 | ||
Retaliações do Governo contra o Movimento dos Capitães | 227 | ||
As demissões do Chefe e Vice-Chefc do EMGFA | 229 | ||
Os oriundos de milicianos na dianteira | 230 | ||
A contestação no Norte do Pais | 233 | ||
O boicote da linha moderada do Movimento | 236 | ||
A mancha de óleo espalha-se pelo País | 237 | ||
|
249 | ||
Outros artigos da Imprensa estrangeira | 254 | ||
O Governo toma precauções em relação ao 1.º de Maio, mas a crise vai agravar-se | 257 | ||
Análise da actuação da France Press | 259 | ||
Perspectivas diferentes sobre o 25 de Abril | 261 | ||
CONSIDERAÇÕES FINAIS | 269 | ||
ANEXOS | |||
|
|||
|
283 | ||
|
299 | ||
|
311 | ||
|
321 | ||
|
333 | ||
|
349 | ||
|
373 | ||
|
387 | ||
|
|||
|
415 | ||
|
435 | ||
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441 | ||
|
447 |
Mais sobre Manuel Bernardo
Coronel Inf.ª na reforma/Escritor
Nascido em Faro, em 28Mar1939
Residente em Carnaxide / Portugal
Dados pessoais
Curso da Academia Militar (1959) e de programação de computadores (1975).
Durante 36 anos, desempenhou funções de comando e chefia de pessoal militar e civil, sendo oito em África (Angola e Moçambique), nas quatro comissões por imposição (escala) que cumpriu em 1961/73 (alferes e capitão).
Após o 25 de Abril esteve colocado no Batalhão de Comandos (depois Regimento), a proceder à liquidação do Regimento de Infantaria n.º 1, entretanto extinto, tendo feito parte do Posto de Comando, na Amadora, que coordenou as acções militares de contenção do golpe de 25 de Novembro de 1975.
Depois do Curso Geral de Comando e Estado-Maior (1976/77) desempenhou as funções de Director de Instrução do Regimento de Infantaria de Angra do Heroísmo, durante um deslocamento por imposição, nos Açores (1977/78).
Foi Oficial de Operações e 2.º Comandante do então Batalhão n.º 2 da GNR, com área de actuação nos distritos de Lisboa, Setúbal, Santarém e Leiria (1979/85).
Após desempenhar as funções de Sub-Chefe do Estado-Maior, no Quartel General da Região Militar Sul, em Évora, esteve colocado nos Tribunais Militares Territoriais de Lisboa, onde foi Promotor de Justiça e Juiz Vogal/Presidente, durante cerca de oito anos (1987/95).
É diplomado com o Curso Complementar de Ciências da Informação da Universidade Católica Portuguesa (1990/93).
Atividades Literárias
Publicou em 1977, com o pseudónimo de Manuel Branco, o livro Os Comandos no Eixo da Revolução; Crise Permanente do PREC; Portugal 1975/76 (352 pp) na Editorial Abril (seis semanas no quadro dos best-sellers).
Colaborador de alguns jornais diários e semanários lisboetas (1975/1980).
Redactor da revista Mama Sume da Associação de Comandos (1989/1993).
Colaborador do Semanário (1991), do Combatente, da Liga dos Combatentes, desde 1991, do semanário regional O Algarve em 1994-2004 e do Boletim da AFAP. (Associação da Força Aérea Portuguesa)
Outros livros:
Marcello e Spínola – a Ruptura; As Forças Armadas e a Imprensa na Queda do Estado Novo; Portugal 1973-1974(456 pp). Lisboa, Editora Margem, 1994 (em 2.ª edição na Editorial Estampa (368 pp), desde 1996. Estão ambas esgotadas.
Apresentada pelo Dr Luís Villas-Boas, em 13-10-2011, uma 3.ª edição actualizada, no Museu Militar, em Lisboa, com o prefácio do Gen. Vasco Rocha Vieira.
Equívocos e Realidades; Portugal 1974-1975 (2 vol. 1 012 pp). Lisboa, Editora Nova Arrancada, 1999. Lançado no Dia Internacional do Livro, na Livraria Municipal Verney, em Oeiras.
Timor – Abandono e Tragédia; “A Descolonização” de Timor (1974-1975), em co-autoria com o Coronel Morais da Silva (271 pp). Lisboa, Editora Prefácio, 2000.
Combater em Moçambique; Guerra e Descolonização 1964-1975 (452 pp). Lisboa, Editora Prefácio, 2003.
Memórias da Revolução; Portugal 1974-1975 (740 pp). Lisboa, Editora Prefácio, 2004. Foi lançado no Dia Internacional do Livro, integrado nas comemorações do 30.º aniversário do 25 de Abril, e é uma edição revista e actualizada de “Equívocos e Realidades 1974/75 (…)”.
25 de Novembro; Os “Comandos” e o Combate pela Liberdade (521 pp), em co-autoria com o Prof. Dr. Francisco Proença Garcia e o Sarg-Mor “Comando” Rui Domingos da Fonseca. Lisboa, Edição da Associação de Comandos, 2005. Tem o prefácio do General Tomé Pinto e o posfácio do General Ramalho Eanes e foi lançado no Instituto de Defesa Nacional, em 25-11-2005, nas comemorações do 30.º aniversário do 25 de Novembro, com apresentação do Prof. Barbosa de Melo, ex-Presidente da Assembleia da República.
Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerreiros; Guiné 1970-1980.(410 pp) Lisboa, Editora Prefácio, 2007, com prefácio do General Ricardo Durão. Foi lançado em 29-11-2007, na Sociedade Histórica para a Independência de Portugal/Lisboa e em 13-12-2007, na Biblioteca Municipal de Faro.
Por: Jorge Matos Dias / PlanetAlgarve
Categorias:Quarteira
Caro Senhor:
Agradeço a reportagem feita, incluindo as elucidativas fotos feitas. Desconhecia que tal estava a ser feito, sendo assim “apanhado” de surpresa, ao consultar este jornal online. Tirando poucos pormenores sem importância julgo que foi bem conseguida. Junto o texto que serviu de base para a minha alocução.
Apresentação do livro “Marcello e Spínola; a Ruptura. As Forças Armadas e a Imprensa na Queda do Estado Novo; 1973-1974” – 3.ª edição. (Quarteira/19-09-2014)
– Cumprimentos e agradecimentos (Directora do Pólo local – Dr.ª Ana Diogo, Coronel Alberto Ferreira e restantes amigos/público)
Sobre este livro que, como se sabe, se encontra em 3.ª edição actualizada, quero salientar o facto de, nas duas apresentações anteriores, terem sido, na minha opinião, razoavelmente esclarecidos dois temas então debatidos.
1. Os saneamentos de oficiais feitos após o 25 de Abril, sem qualquer direito de defesa e que muitos, apenas mais de uma década depois, tiveram os casos resolvidos.
2. A questão do comando da coluna do Regimento de Infantaria das Caldas da Raínha no 16 de Março de 1974, que julgo estar esclarecida, com o facto de ter sido o então Capitão Armando Ramos a sair à frente da mesma e a ter comandado ao longo de todo o percurso.
Se me permitem hoje irei debruçar-me sinteticamente sobre os prefácios escritos ao longo destes 20 anos, em relação a este livro.
O primeiro, do meu amigo Joaquim Evónio Vasconcelos, com a sua perspectiva bastante abrangente, iniciava assim:
O desconhecimento do passado, recente ou remoto, nunca será bom conselheiro para quem pretenda compreender o presente e trilhar com segurança os caminhos do futuro.
Este livro, ao desvendar alguns eventos que ainda se podem considerar próximos no tempo, vem proporcionar elementos de informação significativos para a compreensão da conjuntura em que vivemos.
Só o contributo de muitas histórias, todavia, permitirá a explicação da verdadeira História, caracterizadora do espaço-tempo em apreciação, identificadora daquilo que é estável e permanente e não apenas passageiro ou efémero.
E depois dos destaques ao texto e de algumas referências elogiosas a esta obra e à minha pessoa, terminava deste modo:
“(…) Ao precipitarem-se os acontecimentos, acelerados pela má-fé de uns e consentidos pela ingenuidade de outros, não só se inviabilizou a negociação como se criaram situações que ainda hoje perduram e têm, na base, o facto inegável de que foi traída a confiança dos povos ultramarinos que confiaram em nós.
Ao servir-nos factos até agora inéditos ou ao apresentar-nos um pacote informativo bem delineado, Manuel Bernardo vem contribuir para a compreensão de fenómenos até hoje inexplicáveis, ou mal explicados.
Este livro evidencia de forma clara e categórica a importância das ideias e da sua circulação na sociedade, designadamente numa altura em que as pessoas mais carentes delas se encontravam.
O autor perseguiu a verdade com denodo e sem obediências, siste-matizou os resultados da sua pesquisa e disso nos dá conta.(…)
Como se vê são palavras simpáticas de um amigo e que sempre se prestou a fazer as revisões das provas dos meus livros. E como agradecimento e para que perdurasse a sua memória entre todos os outros amigos, um ano depois do seu falecimento publiquei as suas poesias feitas durante a detenção em Caxias, no pós-11 de Março de 1975 e que fazia grande empenho em divulgá-las. Deste modo nasceu, em co-autoria, o meu último trabalho, que foi publicado em 2013 e igualmente apresentado nesta Biblioteca no verão do ano passado:
“Grades de Papel; Caxias 1975; Condomínio Fechado”
Aliás, não fui o único a fazê-lo, já que dois outros amigos publicaram, também nesse ano, mais dois livros em sua homenagem: o Coronel João Repolho (com o nome literário – Julião Bernardes) e o Dr. José Verdasca, residente em S. Paulo/Brasil.
Não quero deixar de salientar um poema do Joaquim Vasconcelos, também destacado no posfácio daquele livro pelo Coronel Florindo Morais e que elucida os leitores sobre a sua postura frontal perante esta vida terrena (por coincidência visitei-o no HMP/Estrela, na véspera do seu falecimento, onde o encontrei sereno e já sem falar):
Tudo rejeito
Nunca pedirei socorro!
Hei-de morrer só e de pé
E saberei sempre do que morro:
Do excesso e da falta de fé!
No posfácio escrito para esta edição do “Marcello e Spínola; a Ruptura (…)” pelo meu companheiro de mesa, Alberto Ferreira, ele mostra o seu desagrado em relação a historiadores, como Veríssimo Serrão, por ter havido, em obras recentes, “pouca pesquiza de testemunhos orais e escritos, esforço incompleto de penetração no âmago das coisas, falta de cruzamento de dados, audiência insuficiente de autores de culturas e opiniões diferentes”. De facto eu, na referida sessão do ano passado, nesta Biblioteca, também manifestei o meu desagrado pela aplicação desregrada da “técnica da omissão”, em relação ao herói nacional que foi o General Jaime Neves, por parte de historiadores como Medeiros Ferreira, António Reis e António Simões do Paço, sobre o 25 de Abril e o 25 de Novembro. As suas obras estão nesta Biblioteca e poderão ser consultadas.
Curiosamente (e não por acaso, na minha opinião) ainda há duas semanas atrás, ao comparar o catálogo da exposição “Rostos da Revolução” com as fotografias existentes ali na Praça do Mar, aqui em Quarteira, voltei a dar conta dessa técnica da omissão, em relação a Jaime Neves. A sua foto, de óculos escuros feita por Carlos Gil e lá exposta, é simplesmente eliminada do catálogo, onde praticamente todas as outras se encontram. Algumas, como Melo Antunes, estão várias vezes repetidas… Alfredo Caldeira, da Fundação Mário Soares poderia ter tido mais cuidado na sua “coordenação”… Entretanto e a meu ver, julgo que estas denúncias devem continuar a ser feitas.
O segundo prefácio…
Considero ser meu dever fazer uma referência ao prefácio escrito para a 2.ª edição deste livro, em 1996, na colecção “História de Portugal” da editora Estampa, pelo meu Professor Engenheiro Manuel Lopes da Silva, um dos fundadores da RTP (já falecido). Afirma a certa altura nesse texto:
“(…) O 25 de Abril de 1974 foi a representação nacional da mesma revolução, não em psicodrama mas ao vivo, ou seja, o repúdio dum regime autoritário, burocratizante e já ultrapassado, seguido duma solução democrática própria da sociedade portuguesa.
“No período de transição Marcello-Spínola, a que se reporta este trabalho, faltou claramente um protagonista político que assumisse o poder e evitasse a derrapagem. (…)
“As personalidades polémicas de Marcello e Spínola ainda hoje nos interpelam precisamente porque, em circunstâncias diferentes, mas de modo análogo, suscitaram apoios e expectativas em sectores importantes da sociedade portuguesa, que resultaram frustrados. (…)”
Manuel Lopes da Silva, mesmo depois de jubilado de professor catedrático, continuou a escrever de forma persistente e crítica em artigos no “Expresso”, sobre os problemas da Comunicação Social e nomeadamente das televisões.
Agora quero fazer referência a três algarvios, meus amigos (aliás, mais correctamente dois do Algarve e outro adoptado) que se destacaram e ainda continuam com pujança nas áreas em que se têm empenhado.
O primeiro é o Coronel José Caniné, ilustre militar, que passou algumas vicissitudes ao longo da sua carreira, em colisão com algumas amarras e violências do regime salazarista e que, no pós-25 de Abril, serviu esforçadamente Portugal e as suas Forças Armadas, no Algarve (Tavira e Faro), por vezes em tempos muito conturbados e de difícil gestão. Depois, quando chegou aos 60 anos, passou a fazer poesia, nomeadamente quadras, sendo muitas delas publicadas em dois livros: “À Moda da Vida”/ 1998 e “Inquietando”/2005. Colaborou igualmente nesta área com o semanário lisboeta “O Diabo”, em 2007 e 2008. Apesar da falta de jeito, não resisto em vos ler (e não declamar) uma quadra que então dedicou ao Dr. Mário Soares:
Lá coerente é o Mário
E um génio em casmurrice:
Nunca diz hoje o contrário
Das asneiras que ontem disse.
E já agora mais duas, com que se despediu dos seus leitores desse semanário, em 21-10-2008:
Gente a valer pouco ou nada
Que incomodei me convenço;
Se não foi incomodada,
Vale menos do que penso.
Fiz o que soube fazer,
Dei um ar da minha graça;
Quem mais e melhor souber
Pois que mais e melhor faça.
O segundo militar, é o que é de Viana do Castelo e foi adoptado, ainda antes do 25 de Abril, na minha cidade natal de Faro. Trata-se, como terão percebido do Dr. (em Psicologia Clínica) e Coronel de Cavalaria DFA, Luís Villas-Boas. Tal como o Alberto Ferreira hoje fez a apresentação desta edição, igualmente este oficial foi “cravado” para a fazer, no Museu Militar em Lisboa, há quase três anos.
Andando constantemente, por boas razões, nas bocas do mundo (em Portugal e no estrangeiro), através das suas persistentes e brilhantes intervenções na Comunicação Social e não só, julgo que será desnecessário estar a fazer mais elogios à sua pessoa e à obra que, no pós-25 de Abril, tem dedicado o seu saber e competência: a Emergência Infantil, por si fundada, e o Refúgio Aboim Ascensão, em Faro. Parabéns Luís e que continue por muitos mais anos nessa obra meritória, em apoio das nossas crianças.
A terminar quero salientar mais um algarvio, nascido em Lagoa e “criado” em Lisboa, como eu, mas durante muitos mais anos (Colégio Militar e Escola do Exército.
Trata-se do General Vasco Rocha Vieira que, como sabem se destacou na maneira sábia e competente como realizou a dita “descolonização” de Macau, mais de 25 anos depois da dos outros então territórios ultramarinos portugueses. Também em relação a este general engenheiro, que soube bem gerir a imagem pública, será desnecessário referir a sua actuação eficiente e competente no pós-25 de Abril, quando, depois do empenhamento no 25 de Novembro, no staff do então Coronel Ramalho Eanes, saltou para a ribalta ao substituí-lo no cargo de Chefe do Estado-Maior do Exército, em 1976, nos difíceis tempos do rescaldo do PREC. Foi graduado em general (4 estrelas), mas depois, quando saiu destas funções foi frequentar, em Pedrouços, o devido curso para chegar efectivamente, mais tarde ao posto de general (3 estrelas, hoje tenente-general, como sabem). Depois de ter estado na NATO em Bruxelas, voltou a um cargo político, desta vez como Ministro da República nos Açores e mais tarde, desempenhou as referidas funções de último Governador de Macau.
Apesar da minha falta de memória, recordo-me como se fosse hoje, do nosso primeiro encontro, ambos com 17 anos de idade, quando, em Outubro de 1956 (há já quase 58 anos), o fui encontrar num compartimento do destacamento da Escola do Exército, na Amadora, trajando de pijama e com um olho “ao peito” devido a uma anterior queda de cavalo, e sentado na cama superior de um beliche duplo! E para não me esquecer tenho, em casa, uma foto dessa cena, cuja cópia lhe ofereci, depois de se ter disponibilizado a escrever o prefácio desta 3.ª edição.
Últimos apontamentos…
Se me permitirem gostaria de salientar mais dois pontos.
Em primeiro lugar, lembrar que durante este verão, o jornal “Público” resolveu publicar semanalmente a reprodução de uma série de livros que foram proibidos durante o anterior regime. Recordo que neste livro existe um capítulo dedicado a esse interessante tema e as repercussões havidas nessa altura (1973-1974).
Em segundo lugar, lembrar que, no ano passado, no dia desta cidade de Quarteira (13 de Maio) foi descerrada uma placa na frontaria da casa onde nasceu o quarteirense Coronel José Caniné, na agora denominada Rua 25 de Abril (antes julgo que seria Oliveira Salazar), e onde se refere ser este oficial “um ilustre militar e poeta”.
E fico-me por aqui, não sem antes fazer um apelo ao Coronel Alberto Ferreira, caso haja tempo disponível, possa, durante o presumível debate, esclarecer a assistência sobre as diligências por nós feitas, por altura dos 40 anos de Abril, para concluir quem foi o primeiro destacamento militar a entrar na sede da PIDE/DGS, no dia 26 de Abril de 1974, após a sua rendição telefónica. E digo isto, porque, ao contrário do que consta do site da Associação 25 de Abril, quem o fez inicialmente foi o pessoal de Estremoz, sob o seu comando e não os fuzileiros do Comandante Costa Correia.
Muito obrigado pela paciência em me ouvirem.
Manuel Amaro Bernardo (Cor. Ref.)
19-09-2014