A Igreja de São Pedro do Mar, em Quarteira, acolheu no dia 14 de junho de 2015 o Santo Sacramento do Crisma de 34 jovens da Paróquia.
Em virtude de o pároco de Quarteira, Padre Joaquim Campôa, ter sido sujeito a uma intervenção cirúrgica naquela data, a celebração foi efetuada pelo anterior pároco, Padre Elísio Dias e presidida pelo Bispo do Algarve, D. Manuel Neto Quintas.
Entre os jovens crismados, Samuel Zorrinha Guerreiro, cujos pais, o tesoureiro da Junt de Freguesia de Quarteira, Jorge Guerreiro e a enfermeira Sara Zorrinha, promoveram um almoço comemorativo com familiares e amigos no Restaurante Grill Del Rei Mix, em Quarteira.
O que é o Crisma?
O Crisma, ou Confirmação, é o Sacramento pelo qual o batizado é fortalecido com o dom do Espírito Santo, para que, por palavras e obras, seja testemunha de Cristo e propague e defenda a fé. O Crisma é para nós o que Pentecostes foi para os Apóstolos (cf. At 2,1-12).
Nós recebemos o Espírito Santo no Batismo, mas a plenitude dos seus dons recebemos na Crisma. Aí é que estes dons se manifestam com toda a força… É como a flor que desabrocha e exala seu perfume. A matéria da confirmação é a unção do Crisma na testa, junto com a imposição das mãos.
A forma é: “Recebe por este sinal o Espírito Santo, dom de Deus”. O ministro do Crisma é normalmente o Bispo, mas em casos extraordinários ele pode delegar algum padre para crismar.
O sujeito é todo batizado que ainda não tenha sido crismado, pois o Sacramento do Crisma, por imprimir caráter, é irrepetível.
São três os efeitos deste Sacramento:
- o aumento da graça santificante;
- a graça sacramental específica, cujo efeito próprio são os 7 dons;
- o aprofundamento do caráter (marca) na alma, que identifica o soldado de Cristo no combate contra o mal.
Para que o Confirmando com uso da razão possa receber licitamente este sacramento, deve estar adequadamente instruído e em estado de graça e deve ser capaz de renovar as promessas do batismo.
Quanto aos padrinhos, cabe a eles procurar que seu afilhado se comporte como verdadeira testemunha de Cristo e cumpra fielmente as obrigações deste sacramento. Seria bom que os padrinhos pudessem colaborar na formação do afilhado e eles devem contribuir depois com seu testemunho e sua palavra, para a perseverança na fé e na vida cristã do afilhado. As condições para que alguém seja padrinho de Crisma são as mesmas para o padrinho de Batismo, a saber: ser batizado e maior de 16 anos, ter feito a Primeira Eucaristia, ser crismado e levar vida de acordo com a fé cristã. Seria até conveniente que o padrinho de Crisma fosse o mesmo do Batismo, embora isto não seja necessário. Também hoje em dia não é mais necessário que o padrinho/madrinha seja do mesmo sexo que o/a afilhado/a. por uma questão de prudência, não convém que seja o/a namorado/a.
Quanto à celebração, esta geralmente acontece dentro da missa (embora possa ser celebrada sem missa). Após a leitura do evangelho, o Bispo dirige a palavra aos confirmandos, explicando-lhes brevemente o que irão receber. Em seguida, os confirmandos renovam as promessas batismais que tinham feito seus padrinhos, no Batismo. Renunciam ao pecado e professam a fé em Deus. Vem, a seguir, a imposição das mãos e uma oração do Bispo. O padrinho, apresenta, em nome da Igreja, o candidato à Confirmação. O Bispo impõe a mão sobre ele, ungindo-o com óleo (o Crisma), dizendo a forma. Em seguida, é saudado pelo Bispo, que lhe deseja a paz, como Jesus a desejou aos Apóstolos. E a Missa prossegue como de costume.
Os dons do Espírito Santo
O que são os dons?
São qualidades que Deus comunica a alma e que a torna sensível à graça e lhe facilita a prática da virtude. Os dons despertam-nos a atenção para ouvirmos a silenciosa voz de Deus em nosso interior, tomam-nos dóceis aos “toques” divinos.
Eis a relação dos dons: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus (cf. Is. 11,2).
O primeiro dom é a Sabedoria, que nos dá o adequado sentido de proporção para sabermos apreciar as coisas de Deus; damos ao bem e à virtude o verdadeiro valor e encaramos os bens do mundo como degraus para a santidade, não como fim em si. Por exemplo, se você perde o capítulo da novela para ir à reunião na igreja, você foi conduzido pelo dom da Sabedoria, mesmo que não saiba (cf. 1Cor 2,6-10).
O segundo dom de que trataremos agora é o dom do Entendimento. É aquele que nos dá a perceção espiritual necessária para entendermos as verdades da fé (cf 1Cor 2,14- l 6).
O terceiro dom de que tratamos é o dom da Fortaleza. Ora, uma vida cristã tem de ser, necessariamente, em algum grau, uma vida heróica. É sacrificar-se, mesmo que venha a ter perdas, por amor a Deus. Em uma palavra, é o dom que nos sustenta nos perigos, temores e tentações, a fim de superarmos as dificuldades espirituais (cf. 2Mac 7,1-42).
A Ciência: Não se confunde com a ciência humana, que é adquirida através dos estudos. Esse dom nos faz olhar o mundo com o olhar de Deus, levando-nos a descobrir nas criaturas visíveis os vestígios da Sabedoria e da perfeição do Criador. Também nos ajuda a distinguir o bem do mal.
A Piedade: Não se relaciona com “ter pena” de alguém, mas este dom nos faz conceber afeto filial para com Deus e sentimentos de fraternidade para com todos os homens, filhos do mesmo Pai. O dom da Piedade nos ajuda a ter gosto, a encontrar o sabor das coisas de Deus.
O Conselho: É aquele dom que nos faz descobrir a decisão certa a ser tomada no momento de hesitação, ajudando-nos aperceber a atitude equilibrada entre posições extremadas. Este dom também nos ajuda a orientar a ajudar a quem precisa.
O Temor de Deus: Não é o mesmo que ter medo de Deus, mas ter uma profunda reverência para com Ele, sabendo que nunca o amaremos como Ele merece. Mas por isso devemos nos esforçar ao máximo para não fazer nada que o desagrade.
Portanto, todos os dons do Espírito Santo têm como finalidade nos ajudar a viver melhor e testemunhar nossa fé. Os sete dons querem ser um resumo de toda a atividade do Espírito em nós. Existe um grande dom que dá sentido aos demais: é o AMOR. Este é o maior presente do Espírito Santo. Sem ele nossa vida não tem sentido. O amor (ou caridade) é a primeira ação de Deus (Ele cria o mundo por amor) e também a última (em Jesus Ele salvou e continua a salvar todos os homens, até o fim dos tempos). Todos os dons que o Espírito concede só têm valor à medida em que são feitos por amor e no amor.
Para concluir, dizer que a palavra ‘dom’ significa presente, dádiva.
Fotos do Crisma: Coro Juvenil S. Pedro do Mar
Fotos do Almoço de Samuel Zorrinha, família e amigos: Jorge Matos Dias / PlanetAlgarve
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