O Rotary Clube de Albufeira homenageou o cónego José Rosa Simão, natural de Quarteira, como Profissional do Ano durante o jantar festivo de dezembro, realizado no Hotel Alísios, no restaurante panorâmico, em vez do atual salão de festas, para dar maior amplitude à cerimónia.

Além dos habituais membros do clube, estiveram algumas dezenas de amigos do homenageado que fazem parte da comunidade paroquial, entre eles o presidente da Câmara Municipal, Carlos Silva e Sousa.

Depois da saudação às bandeiras e da apresentação dos rotários, foi servido o jantar a que se seguiram as intervenções, iniciadas por Manuel Rodrigues, membro do Rotary de Odivelas e amigo do homenageado, tendo manifestado toda a legitimidade desta decisão do Rotary de Albufeira.

O Dr. Sales Fernandes, antigo membro do clube, disse que não poderia deixar de estar presente, considerando o ilustre prelado “um fundador de igrejas que irá ser recordado durante 2 ou 3 séculos, pela obra que aqui fez“.

António Gonçalves teve palavras de apreço e simpatia para com o cónego, que considera evidenciar paz, amor e esperança.

O presidente do clube, Otelo Cabrita, referiu a importância desta ação: “O Rotary Clube cumpre a sua missão ao eleger o cónego José Rosa Simão como Profissional do Ano”.

Para Carlos Silva e Sousa, esta homenagem “é o reconhecimento de 47 anos a desempenhar a sua missão nesta cidade e neste concelho“, acrescentando: “Todas as vezes que vou à missa, venho melhor, pois as suas palavras e o exemplo como cristão, transmitem-nos serenidade. O Rotary Clube de Albufeira está de parabéns por ter tomado esta decisão“, concluiu.

Coube ao coronel Amadeu Rodrigues, responsável pelo protocolo, ler o vasto currículo do homenageado, passando a palavra ao homenageado da noite.

O cónego José Rosa Simão começou por manifestar a sua satisfação por ter recebido tal honra, realçando: “Com tantos elogios, só me falta receber uma coroa que não mereço, pois sou pecador”, agradecendo ao Rotary por se ter lembrado de si. Quanto à denominação de Profissional do Ano, entendeu que deveria ser Personalidade do Ano pois a sua ação não é profissional mas de missão. “O clube rotário nasceu em Albufeira em 1970 e eu estou aqui desde 1968 mas só agora tomei conhecimento da brilhante ação realizada”, sublinhou.

Citou o nome de diversas personalidades mundiais que foram membros do Rotary ou distinguidos por esta instituição, como o Papa Francisco, então bispo de Buenos Aires.

Muito saudado, recebeu, no final, algumas lembranças entregues pelo presidente Otelo Cabrita (um diploma, um galhardete do clube e uma placa alusiva à cerimónia).

O cónego José Rosa retribuiu entre os presentes um exemplar do livro com as cartas do Beato Vicente de St.º António, recentemente publicado, o qual inclui ainda notas alusivas à atividade litúrgica das gentes de Albufeira, de sua autoria, sobre o mártir albufeirense.

Cónego José Rosa Simão

Nasceu em Quarteira no ano de 1936.

Logo no exame da antiga 4.ª Classe, obteve distinção.

Mais tarde, frequentou o Seminário de S. José, em Faro e o Seminário de S. Paulo, em Almada.

Cursou Filosofia e Teologia no Seminário Maior do cristo Rei dos Olivais.

Viu o seu nome inscrito por quatro vezes no Livro de Ouro da Câmara Municipal de Loulé, pelo facto de ter sido distinguido, enquanto estudante, com o prémio Monsenhor Freitas Barros – Galardão destinado a premiar o “Melhor Aluno Louletano do Curso Eclesiástico”.

No ano de 1960, foi ordenado Subdiácono, na Sé de Faro, Diácono na Sé Patriarcal de Lisboa, numa cerimónia presidida por D. Manuel Cerejeira, e Presbítero na Sé de Faro, tendo cantado Missa Nova em Quarteira no dia 15 de agosto desse ano.

Exerceu funções de Vigário cooperador do Pároco de Lagos.

Foi Professor e Perfeito do Seminário de S. José de Faro e Vice Reitor.

Foi assistente diocesano de Ação Católica na Liga Independente Católica Feminina da Diocese do Algarve.

Em 1962, foi nomeado Cónego Capitular da Sé de Faro.

Foi nomeado Pároco de Albufeira em outubro de 1968.

Em 1969, liderou uma comissão de leigos de Albufeira para incentivar junto da CMA e do Ministério da Educação a implementação dos Ciclos na escola Preparatória D. Martim Fernandes.

Criou, dirigiu e leccionou num Colégio de Ensino Particular Doméstico, em Albufeira.

Reiniciou o culto a Nossa Senhora da Orada, após o levantamento do interdito que pesava sobre a Capela, na sequência do Convento da Orada.

Participou na criação da Conferência de S. Vicente de Paulo, em Albufeira.

Incrementou a criação do Agrupamento de escuteiros de Albufeira.

Foi, por vários anos, Vigário da Vara da Vigararia de Albufeira.

Foi membro do Conselho Presbiterial do Algarve.

Criou o Museu de Arte Sacra da Paróquia de Albufeira.

Colaborou na Ação de Apoio Social aos Cabo-verdianos vindos para Albufeira no início dos anos setenta do Séc. XX.

Foi professor num Colégio em Lagos e na Escola D. Martim Fernandes, em Albufeira.

Foi membro do Secretariado Diocesano da Pastoral do Turismo do Algarve.

Em 1996, organizou uma Peregrinação da Paróquia de Albufeira à cidade de Nagasáqui, no Japão, local do Martírio de S. Vicente de Albufeira.

Promoveu o restauro das igrejas da Paróquia e criou o Centro pastoral Nossa Senhora da Orada, a residência Paroquial, a Casa do Ermitão, o Centro Pastoral Beato Vicente de Albufeira (Correeira / Montechoro) e a Igreja de Olhos de Água.

Em agosto de 2004, foi condecorado pela CMA com a Medalha de Honra pelos serviços altamente meritórios prestados ao Município.

Viu ainda, recentemente, o tribunal reconhecer o direito pleno sobre os bens da Capela da Orada, pondo fim a 27 anos de batalhas judiciais.

Finalmente, acaba de reeditar o livro “Cartas do Japão do beato Vicente” que inclui um texto de sua autoria que descreve a evolução do culto a este Santo na sua terra natal, nos últimos 50 anos da sua vida.