O Salão Paroquial da Igreja S. Pedro do Mar, em Quarteira, foi palco esta tarde da peça Zeca – Maior que o Pensamento pelo TAL – Teatro Análise de Loulé, da Casa da Cultura de Loulé, inserido no Cenários – XII Mostra de Teatro de Loulé.
Pelo palco passaram os mais diversos personagens da História de Portugal, tais como: D. Afonso Henriques; D. Dinis; Padeira de Aljubarrota; Luís Vaz de Camões; D. Sebastião; Marquês de Pombal; Afonso Costa; Salazar; Catarina Eufémia; Gen. Humberto Delgado; Henrique Galvão; Soldado Português; Inspetores da PIDE; Karl Marx; Jesus Cristo; José Afonso e o seu irmão, entre outros, bem como canções de José Afonso por Afonso Dias, acompanhado à flauta por Hélio Perfeito.
O espetáculo terminou com todos os atores em palco a cantarem em coro com o público “Grândola Vila Morena”, de José Afonso.
Devido à postura do público ao longo do espetáculo, sempre muito interessado e entoando em coro as canções que iam sendo interpretadas, Afonso Dias – que encarna a figura de Zeca Afonso na peça – não resistiu a dirigir umas palavras, muito emocionado, com as lágrimas nos olhos.
Se há vozes que crescem no interior da terra com tal força telúrica, não admitindo impedimentos e, em liberdade, percorrem os vastos céus rumo ao infinito, perpetuando-se no espaço e no tempo, entre elas, destaca-se certamente a do “menino de oiro” – José Afonso, ou mais na intimidade “Zeca Afonso” que, cantando, profetizava a liberdade, “não há luz que não resista / à noite cega.”
Esta produção teatral é um texto original, uma história possível do Zeca, dentro da nossa História, com muitos outros personagens, do escritor e amigo José Sequeira Gonçalvez.
Ator é aquele que faz acontecer e leva as palavras aos atos. Por isso, no Teatro há sempre verdade. No desenrolar dos papéis, ator e espetador são ao mesmo tempo partícipes da história comum e reaprendem ambos, independentemente dos credos, origens culturais ou politicas, porque lhes veste as personagens, as épocas e o processo histórico e cultural.
É isso que acontece na produção de um espetáculo como este. É também uma homenagem da Casa da Cultura de Loulé ao Zeca e ao seu legado de participação associativa, cívica e cultural porque sempre se disponibilizou, de forma voluntária, para ajudar as mais diversas associações culturais, associações de moradores, pequenos clubes recreativos, agremiações, cooperativas, etc.
Assim, TAL como somos e estamos, dizemos passados 30 anos da sua partida: VIVA JOSÉ AFONSO – A VOZ DA LIBERDADE!
Encenação: José Teiga / Casa da Cultura Loulé
Produção: Casa da Cultura de Loulé com a chancela da AJA – Associação José Afonso
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