Napoleão Mira apresentou na Biblioteca Municipal de Lagoa, nesta sexta-feira, dia 1 de fevereiro, a sua 5.ª obra, «Olhares – Relatos da Índia», resultante de duas longas viagens que fez pela Índia.
A anteceder a apresentação, atuaram os Grafonola Voadora & Napoleão Mira, um projeto audiovisual experimental que junta em palco o músico Luís Galrito, o artista visual João Espada, o guitarrista Ricardo P. Martins e o escritor, poeta e intérprete, Napoleão Mira.
A apresentação da obra foi introduzida por Clara Andrade, Bibliotecária Coordenadora da Biblioteca Municipal de Lagoa, passando a palavra à vereadora da autarquia lagoense, Ana Martins.
Seguidamente, a obra foi magistralmente apresentada pelo seu editor, Helder Encarnação.
A sessão prosseguiu com Napoleão Mira a partilhar alguns episódios vividos na Índia e reproduzidos na obra, em jeito de stand up comedy, arrancando sonoras gargalhadas do público, sinónimo de que esta nova obra é mais uma criação de Napoleão Mira para ler com todo o interesse e entusiasmo.
Este é um livro onde Napoleão Mira descreve situações, locais, pessoas ou episódios que o marcaram. O resultado é um livro escrito com o olhar de deslumbre de uma criança e com sabedoria de um sexagenário inquieto”, revela Napoleão Mira, admitindo que escreveu para nunca esquecer o que viu.
“Procurei escrever todos os dias por uma só razão: Porque as coisas novas sucediam-se umas atrás das outras e o meu espaço de memória já não é o mesmo que era dantes”, adianta.
Deste exercício, resultaram mais de 300 páginas sobre as várias latitudes (e realidades) da Índia, país que encantou Napoleão Mira. “A Índia marca qualquer viajante. No meu caso pessoal, e depois de percorrer umas dezenas de países, afirmo sem qualquer réstia de dúvida que é o país mais extraordinário de entre todos os que até hoje conheci. Primeiro, a monumentalidade. A superação e mestria desses homens antigos que nos legaram os tesouros que os nossos olhares percorrem sempre com um ‘bruá’ de espanto; Em segundo lugar, os cheiros. Eu, que sou guiado por cheiros, devo ter parecido um rapazito perdido em loja de guloseimas; E, por fim, as cores. Vi na Índia derivados de cores que pensava não existirem… nos saris das mulheres, nos turbantes dos homens ou nas cores das especiarias”.
Este Olhares – Relatos da Índia é o resultado da experiência levada a cabo em duas ocasiões diferentes, 2016 e 2018, ao longo de dois meses aí passados.
No primeiro ano, o autor debruça-se sobre a sua passagem pelo Rajastão, Goa e Hampi e, no segundo, pelo Sul, por Tamil Nadu e Kerala.
Esta viagem, que considera mais antropológica que turística, levou-o a relatar diariamente as ocorrências por si vividas. De referir que grande parte dos episódios deste livro foram escritos com as “palavras-instante” que lhe ocorreram no momento em que os viveu, emprestando assim a estes relatos, um cunho vivencial onde pretende que os leitores viagem nelas da maneira mais aproximada ao momento em que ele próprio as sentiu.
Por outro lado, trata-se de um livro interativo. A acompanhar estes relatos, poderá o leitor visualizar os locais por onde Napoleão Mira passou, ao longo de umas centenas de fotos, divididas por onze episódios.
Para aceder a estas, basta instalar num tablet ou smartphone um leitor de QRcode e, para além de um livro de relatos, passa a ter acesso às fotografias que foi tirando ao longo dessas viagens.
Olhares: Relatos da Índia já está a venda, através do site www.napoleaomira.com ou contactando diretamente o autor.
Napoleão Mira nasceu em Entradas, Castro Verde, em 1956. Vive no Algarve, no concelho de Lagoa, desde 1983.
Fundou e dirigiu, entre 1998 e 2000, a revista «O Trigueirão».
Colaborou nos jornais «O Campo», «Diário do Alentejo», «Correio Alentejo» e na revista «30 Dias».
Na música, criou “Pratica(mente)” e “Slides – Retratos da Cidade Branca” para o aclamado disco «Pratica(mente)» de Sam The Kid, seu filho.
Participou com o tema “Subúrbio” no disco «Eu e os Meus» de Dino & The Soulmotion. Integrou o projecto Hip Hop Pessoa por altura do 120.º aniversário do nascimento de Fernando Pessoa, recriando e dizendo o poema “Tabacaria”.
Em parceria com Sam The Kid, criou e interpretou, para o primeiro «Festival Silêncio!», o espetáculo «Palavras Nossas».
Em 2010, lançou o livro «Ao Sul», uma compilação das suas melhores crónicas.
Participou nos trabalhos discográficos da reconhecida banda Orelha Negra e no CD de Sir Scratch, editado em 2012.
Em 2012, editou o seu primeiro romance intitulado FADO, obra que atingiu uma notoriedade assinalável junto do público.
Em 2014, editou o livro de crónicas, estórias e textos intitulado: De Coração D’Interiores.
Seguidamente, lançou novo livro, Contos Assesta.
Em 2015, criou, com o coletivo Reflect, a performance de spoken word: 12 Canções Faladas e 1 Poema Desesperado, CD lançado em 2016.
Em 2015, participou ainda nos trabalhos discográficos de Gata, do coletivo Reflect, e ainda na mixtape Carisma, de Grilocks.
Mais recentemente, começou a integrar o projeto Grafonola Voadora, com inúmeras atuações por toda região algarvia.
Por: Jorge Matos Dias / PlanetAlgarve
Veja também o VÍDEO da apresentação.
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