José Gusmão e Marisa Matias voltam a questionar a Comissão Europeia sobre a destruição das Alagoas Brancas, no Algarve, depois de já o terem feito em Setembro de 2021. A nova denúncia surge porque os trabalhos na zona recomeçaram recentemente a fim de construir um empreendimento comercial, contra conselho científico e vontade da população e organizações que têm organizado manifestações e apelos. O cenário descrito é dramático, animais enterrados vivos, aves que surgem feridas e doentes, além de um ecossistema destruído. Na ausência de ação por parte do governo português e executivos municipais, os eurodeputados apelam ao embargo dos trabalhos de construção e à classificação das Alagoas Brancas como zona protegida.
As Alagoas Brancas são um berço da biodiversidade que contém mais de 300 espécies de fauna e flora e alberga 143 espécies de avifauna que ali se alimentam e descansam das grandes viagens migratórias e intercontinentais. A zona está incluída no projeto de Valorização de Zonas Húmidas do Algarve, onde também figuram a Lagoa dos Salgados, o Sapal de Alcantarilha (Albufeira, Silves), Trafal e Foz do Almargem (Loulé). Todas elas são extremamente ricas em vida selvagem e albergam espécies com estatutos de proteção elevados, de acordo com o DECRETO-Lei n.º 49/2005.
O eurodeputado José Gusmão alerta para o facto de a biodiversidade estar a diminuir a taxas alarmantes, e que a proteção da natureza é um elemento chave no Pacto Ecológico Europeu. As zonas em causa estão fortemente ameaçadas, tanto pela acumulação de resíduos urbanos, como pela elevada pressão imobiliária por parte da indústria do turismo.



