Um grupo de quarteirenses promoveu no sábado, 15 de abril, num restaurante da cidade, um Encontro com a Associação de Amizade Portugal-Cuba com vista à criação de um núcleo regional.
A associação fez-se representar por Augusto Fidalgo e Carlos Custódio.
Augusto Fidalgo dirigiu algumas palavras aos presentes, sublinhando que, “para nós, a associação são os núcleos. A associação não é um clube de amigos. É uma instituição que tem por objetivo a solidariedade efetiva para com Cuba. Como estrutura, a associação é uma estrutura de combate. Por conseguinte, tem um objetivo, identifica-se com o plano social que Cuba está a querer construir. Está longe aquilo que eles próprios se propõem, segundo a opinião do próprio Governo cubano. A associação, com os meios que tem, tem procurado responder a isso, fundamentalmente enviando centenas de quilos de medicamentos para Cuba. Devido ao embargo dos EUA, os medicamentos não podem ir em contentores, pelo que temos conseguido fazer chegar medicamentos a Cuba nas chamadas malas de porão. Cada passageiro tem direito a levar uma mala com cerca de 22Kg e, desde que se pague, pode-se levar 4 ou 5. É o que fazemos quando não há gente suficiente com disponibilidade para ir a Cuba. Neste momento, temos cerca de 60Kg de medicamentos que vão sair com a Brigada de Solidariedade 1.º de Maio que arranca dia 23 para Cuba e vai lá estar na Cooperativa José Malha, para onde vai o pessoal trabalhar voluntariamente”.
Por outro lado, “para nós evoluirmos e conseguirmos disponibilidade financeira para essas despesas, temos absoluta necessidade de alargar a nossa organização com a criação de núcleos regionais. Temos que traçar objetivos muito concretos, criarmos condições para trabalharmos em grupo com cada um a saber aquilo que tem de fazer para materializarmos esse trabalho e podermos ajudar o povo cubano. Neste momento, a situação em Cuba já não estava bem e ficou ainda mais apertada porque, para além das mais 243 medidas que Trump já tinha adicionado à lista do bloqueio, Biden acrescentou mais algumas. Neste momento, estamos inclusivamente com dificuldade para fazer transferências porque as coletividades cubanas têm as contas bloqueadas. Então, temos que as fazer encontrando expedientes, transferindo verbas de contas individuais para contas individuais”.
Augusto Fidalgo referiu ainda que o povo cubano “tem um défice muito grande em produtos alimentares porque o país não consegue comprar nada no exterior devido à dificuldade que os navios mercantes têm em atracar nos portos cubanos. China, Rússia e Vietname são algumas das poucas nações que não ligam ao bloqueio e conseguem fazer chegar sobretudo cereais”.
Relativamente à intenção de ser criado um núcleo da associação no Algarve, Augusto Fidalgo disse que “é necessário que haja pessoas que entrem para sócio da associação. A nossa quota mínima são 15€ anuais, um valor baixo que, no ano passado rendeu cerca de 7 mil euros, quando as nossas despesas fixas andam nos 11 mil euros anuais. A participação na Festa do Avante! Rendia o suficiente para fazer face às despesas fixas mas agora as pessoas têm menos dinheiro e nem ⅓ conseguimos fazer”. Assim sendo, “é necessário que façamos um esforço para a criação de núcleos e que façam, eles próprios, iniciativas que angariem fundos que possam ser transformados em apoio concreto. Pelos nossos Estatutos, os núcleos que façam a cobrança das quotas, têm 60% dessa cobrança. Neste momento, temos 3 grandes núcleos, muito bons, que fazem esse trabalho, os núcleos de Coimbra, Odivelas e Almada. Para além de outros núcleos, no ano passado, conseguimos criar 3 novos núcleos, Moita, Grândola e Moura”.
A intenção agora é procurar criar não o núcleo de Quarteira, que era a ideia inicial, mas sim um núcleo no Algarve, havendo já interessados em outros concelhos. Ficou então agendada uma reunião com vista a concretizar esse objetivo e projetar o futuro.
Por: Jorge Matos Dias / PlanetAlgarve













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