Faro

ESTOI | Viva a Pinha!

A aldeia de Estoi, situada na União de Freguesias de Conceição e Estoi (Faro), caracteriza-se pelo seu património cultural riquíssimo, de onde se destaca a Festa da Pinha, uma tradição com uma identidade genuína: velhos e novos, tratores, homens a cavalo com traje tradicional, bandas, lançamento de foguetes, desfile de carroças ornamentadas transportando homens com archotes e fogueira no largo da igreja atraem centenas de curiosos.

A programação da Festa da Pinha incluiu desfile, piquenique, Concurso de Jogos Florais, bailes, atividades para as crianças e muito mais.

Sobre a Festa da Pinha (fonte: 7 Maravilhas da Nova Gastronomia)

Todos os anos, nos dias 2 e 3 de maio, na Aldeia de Estoi, no Concelho de Faro, é celebrada a Festa da Pinha, uma tradição secular, a qual, segundo fontes orais, remonta a mais de dois séculos. Na sua génese podemos encontrar uma vertente religiosa e outra de caráter pagão.
Terão sido os almocreves os prenunciadores desta festa.

As viagens dos almocreves efetuadas por caminhos hostis e perigosos, tinham como meio de transporte as carroças puxadas por mulas ou cavalos e eram efetuadas entre o Algarve e o Alentejo, tendo como finalidade a permuta de produtos regionais. Aquando destas viagens, eram confrontados com inúmeros obstáculos que punham em risco as suas vidas: Salteadores e lobos eram alguns dos perigos com que muitas vezes se deparavam.

Segundo rezam os mais antigos, a génese da festa remonta a tempos imemoriais, quando um grupo de almocreves numa das suas viagens de regresso à aldeia pernoitou num acampamento, sendo aqui cercados por uma alcateia de lobos. Desesperados, rezaram à Nossa Senhora do Pé da Cruz, suplicando-lhe auxílio. A súplica foi atendida e em agradecimento concretizaram uma festa em homenagem a Nossa Senhora do Pé da Cruz, a cuja ermida chegaram já noite cerrada à luz de archotes. Aí, acenderam uma fogueira como forma de gratidão para com a sua padroeira. Desde então, a festa passou a fazer parte de uma tradição que perdura até aos dias de hoje.

Nos dias que antecedem o evento, começam os preparativos: a ornamentação dos carros e dos animais que fazem parte do cortejo, com palmas e flores vistosas e multicolores, em que prima a originalidade de cada um.

A festa inicia-se pela manhã do dia 2 de maio, com a bênção dos romeiros, feita no Largo do Mercado, com a concentração dos participantes do desfile formado pelos cavaleiros trajados a rigor e por carroças, camiões e tratores vistosamente decorados.
Em seguida, desfilam pela aldeia gritando alegremente “Viva Pinha” e partem em direção ao Ludo, local onde se realiza o almoço e a festa, formados por diversas iguarias e bebidas e um convívio animado por espetáculos de música e dança.

É ao final do dia que se inicia o regresso à aldeia. Nesta altura, já bastante alegres e empunhando enormes archotes, partem em direção a Estoi, chegando já noite cerrada. No Largo da Liberdade, em frente à igreja matriz, são recebidos por uma enorme multidão e por um espetáculo composto por música e fogo-de-artifício.

Em seguida, desfilam pela aldeia dando “Vivas à Pinha”, até à Ermida do Pé da Cruz, onde lançam os archotes e alecrim para uma fogueira acendida em homenagem à sua padroeira.
A festa continua com música, dança e muita alegria até de madrugada, terminando no dia 3 de maio, dia de Vera Cruz, com uma missa de Ação de Graças a Nossa Senhora do Pé da Cruz.

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