Algarve

UAlg aumenta 14% os alunos colocados mas fica de fora das Bolsas Mais Superior

António Branco, reitor da Universidade do Algarve, considera que aumento de 14%, numa média nacional de 1%, é muito importante para a Universidade do Algarve. No subsistema politécnico, a UAlg é a 5.ª instituição do país com a maior percentagem de colocados (60% em 2014 e 49% em 2013). Também no subsistema universitário, a Academia algarvia atingiu um recrutamento que ronda os 75% de colocados, só na 1.ª fase, face aos 60% do ano transato.

ualg

Questionado sobre este aumento, António Branco explica que “nos últimos anos a UAlg não tinha conseguido recrutar na região com os mesmos níveis de desempenho das outras instituições de Ensino Superior. Talvez este aumento tenha a ver com o recuperar desta cota regional e com a mudança de perceção da situação económica do país, que poderá fazer com que as famílias apostem mais na educação dos filhos”.

Para o Reitor não houve uma mudança na estratégia de comunicação, quando muito intensificou-se com ações mais direcionadas, como por exemplo o périplo pelo Algarve, em que o Reitor se propôs visitar todos os concelhos, com o objetivo de estreitar ainda mais a relação da Universidade com a região e construir um espaço privilegiado de reflexão e de ação conjunta.

A Universidade do Algarve tem características únicas no País, com quatro unidades orgânicas universitárias e quatro unidades orgânicas politécnicas. Por isso, quando comparada com os sistemas congéneres, apresenta um desempenho elevado, já que o aumento de 14% se verificou igualmente nos dois subsistemas, o que, na opinião do Reitor, “decorre da própria identidade da UAlg, vista como instituição de ensino superior indiferenciada”. Na mesma percentagem, de 14%, a UAlg aumenta também os alunos de 1.ª opção, o que quer dizer que escolheram esta instituição acima de todas as outras.

Reajustar a oferta formativa

Recorde-se que entre 2013 e 2014 a academia algarvia foi a instituição que mais reduziu o número de vagas, procurando adaptar a sua oferta à procura. Esta preocupação levou a uma redução de 10,6% de vagas no subsistema universitário e 7,9% no subsistema politécnico. Para António Branco, essa medida traduziu-se num grande esforço, mas “permitiu ir ajustando a nossa oferta à procura, por isso é que o aumento em número absoluto (+115 alunos) é muito importante”, reconhece o Reitor.

Resultados insatisfatórios nas Engenharias

Já em relação às engenharias, António Branco assume uma grande insatisfação e preocupação com o desempenho da UAlg, sobretudo no subsistema politécnico. Contudo, analisando os resultados nacionais, verifica-se que “em universidades e institutos politécnicos com um desempenho muito elevado na 1ª fase do CNA, quando se observam as engenharias, verificam-se quebras muito grandes de recrutamento, o que quer dizer que há um problema nacional nesta área”, defende o reitor, que considera que este problema poderá ter na sua base duas questões difíceis de resolver. “A primeira está relacionada com os resultados das provas necessárias para as engenharias, Matemática A e Física, que poderão fazer com que os alunos, embora querendo estudar engenharia, não tenham os requisitos essenciais”. A segunda questão “poderá ter a ver com uma perceção social, por exemplo na área da engenharia civil, de que a atividade económica das grandes construtoras praticamente parou. Porém, contrariamente a essa perceção social, existem estudos que indicam que há trabalho nas engenharias, incluindo a engenharia civil, e que daqui a alguns anos Portugal poderá correr o risco de precisar de engenheiros civis e de não os ter”. Para António Branco, são estes dois fatores muito complexos que poderão estar a criar este fenómeno generalizado.

Prevendo-se que aumente o contingente de concurso na segunda fase e não podendo haver mais vagas além das que sobraram na 1.ª fase, o Reitor espera que a 2.ª fase contribua para o reforço do aumento do número de alunos da UAlg.

Reitor considera existir desigualdade na atribuição das Bolsas Mais Superior

De realçar que, embora a Universidade do Algarve tenha sido a instituição que apresentou o maior aumento de candidatos colocados na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, não faz parte do grupo das doze instituições a que vão ser atribuídas bolsas anuais no âmbito do programa Mais Superior, destinadas a alunos que queiram estudar fora das grandes áreas urbanas, porque a região do Algarve, à semelhança de Lisboa, se encontra num processo de Phasing Out, agora Região de Transição, um ponto de passagem das zonas mais pobres da União Europeia (Objetivo de Convergência) para as mais abastadas (Objetivo de Competitividade). Por considerar que os critérios de atribuição destas bolsas, financiadas através do Fundo Social Europeu e à luz das regras europeias, são injustos para os alunos e para as suas famílias, o reitor já manifestou o seu descontentamento ao secretário de estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, que reconheceu esta desigualdade e exprimiu a intenção de, conjuntamente com a Universidade, procurar modos alternativos de incluir a Universidade do Algarve no programa Mais Superior no próximo ano letivo.

Por: UAlg

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