De acordo com o EPI 2014 Industry White Paper, 10.ª edição do estudo da Intrum Justitia que inquire 10 000 empresas de 31 países europeus, as empresas de construção são as que mais sofrem com os atrasos ou falta de pagamentos.
Segundo os resultados do estudo, existe uma forte ligação entre a criação/manutenção de emprego com os atrasos de pagamentos. Por toda a Europa, a indústria da construção está a acarretar com um impacto negativo na sua capacidade de manter e empregar novos trabalhadores.
Em relação a Portugal, a situação agrava-se ainda mais. Cerca de metade das empresas de construção (48%) foram obrigadas a despedir trabalhadores para fazer face aos problemas financeiros resultantes dos atrasos nos pagamentos. Traduzindo-se assim no setor que mais despede em Portugal, seguido do setor de serviços financeiros e empresariais. Já 57% das empresas de construção reconhecem não ter condições para contratar novos funcionários.
A nível europeu, o setor da construção também se destaca como o mais afetado quando se fala de prazos de pagamento. 39% das empresas tiveram que despedir e 49% não podem fazer novas contratações por causa dos atrasos de pagamento.
SETOR | Despedem (%) | Não contratam novos funcionários (%) | ||
PT | média EU | PT | média EU | |
Construção | 48 | 39 | 57 | 49 |
De acordo com o estudo da Instrum Justitia, a construção é o sector mais dependente do Estado, relativamente aos pagamentos. O sector público paga mais tarde quando comparado com as empresas privadas e os consumidores. Esta dependência influência diretamente o emprego e consequentemente a capacidade de investimento das empresas de construção. Em Portugal, o prazo médio do setor público é de 149 dias, causa para que o setor da construção seja um dos mais afetados com a falta de liquidez. Também em negócios entre empresas (B-2-B), o tempo de espera apresenta uma média de 103 dias, baixando para 60 dias quando se trata de negócios com particulares. Estes valores são muito preocupantes quando comparados como as médias europeias do sector: +54% no B-2-C, +84% no B-2-B e +130% no sector público.
A média europeia apresenta igualmente o setor da construção como o mais afetado. Apenas em negócios B-2-B a construção é ultrapassada pelo setor da indústria com uma média de 59 dias de atraso, uma diferença de três dias contabilizados. Em negócios B-2-C e serviços do setor público, a construção supera o tempo de espera dos pagamentos, com uma média 39 e 65 dias, respetivamente.
Dados sobre o tempo médio de dias de espera dos pagamentos:
SETOR | B-2-C | B-2-B | Setor Público | |||
Duração Total | Duração Total | Duração Total | ||||
PT | média EU | PT | média EU | PT | média EU | |
Construção | 60 | 39 | 103 | 56 | 149 | 65 |
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De acordo com Luís Salvaterra, Diretor Geral da Intrum Justitia Portugal, “Para compensar as perdas por não pagamento, as empresas têm de fazer um grande esforço adicional nas vendas. Por cada 500€ de incobráveis, é necessário vender 10.000€ adicionais, o que faz aumentar os custos administrativos e os recursos necessários.
Os efeitos da recessão económica teve um impacto negativo nos prazos de pagamentos em todos os ramos de negócio na Europa e os incobráveis atingiram níveis alarmantes. Em consequência, as empresas são obrigadas a rever as suas políticas de crédito procurando novas soluções e a recorrer a ajuda de empresas especialistas. Em 2014, segundo a avaliação da Intrum Justitia, Portugal está classificado a nível europeu como sendo um dos países em máximo risco de incumprimento, necessitando de ações imediatas. Apenas a Noruega, a Suécia e Finlândia foram avaliados como não tendo qualquer risco. Dentro dos setores penalizados, a construção, a nível europeu, mostrou um aumento na percentagem de incobráveis de 4.0%, o que representa mais de 0.9% comparativamente à média europeia.
Sobre a Intrum Justitia
A Intrum Justitia é a maior consultora europeia de serviços de gestão de crédito e cobranças (CMS), oferece um vasto leque de serviços incluindo a compra de créditos e que tem como missão melhorar o cash flow e a rentabilidade a longo prazo dos seus clientes. Fundada em 1923, a Intrum Justitia tem 3,800 empregados em 20 países. A faturação consolidada em 2014 foi de 530 milhões de euros. Intrum Justitia AB está cotada na bolsa Nasdaq de Estocolmo desde 2002. Para mais informações, por favor visite: www.intrum.com
Sobre o EPI Industry White Paper
O EPI Industry White Paper da Intrum Justitia revela como a saúde económica da Europa é afetada com os atrasos de pagamento e o não pagamento, e com consequências profundas na criação de emprego, crescimento dos negócios e investimentos em tecnologia e inovação. Este estudo revela as diferenças significativas nos diferentes setores da indústria a nível europeu relativamente a atrasos nos pagamentos e a perda por incobráveis. O primeiro EPI Industry White Paper foi publicado em Setembro de 2008.