As intempéries do passado fim de semana resultaram, no concelho de Silves, em 34 ocorrências, das quais 31 foram inundações. Este foi o concelho algarvio com o maior número de ocorrências registadas, entre as quais se contam 13 resgates (cinco em Alcantarilha e oito em Algoz/Tunes) e a necessidade de realojar nove pessoas.

A Câmara Municipal de Silves (CMS), através do Serviço Municipal de Proteção Civil e Florestas (SMPCF), agiu prontamente, tendo realojado as nove vítimas no Hostel da Casa do Povo de SB Messines. Esta instituição, solidária com a situação e com os desalojados, acabou por disponibilizar gratuitamente as suas instalações para esse fim. Foi determinante, também, o apoio da delegação de Silves/Albufeira da Cruz Vermelha Portuguesa, que disponibilizou técnicos especializados (psicólogos), transporte e roupas para as pessoas afetadas, bem como da Santa casa da Misericórdia de Alcantarilha.

Participaram nas operações 97 operacionais e 37 viaturas, estando envolvidas várias entidades, desde a autarquia, os Corpos de Bombeiros de Silves e SB Messines, as juntas de freguesia, a Cruz Vermelha Portuguesa (Delegação de Silves/Albufeira), a Guarda Nacional Republicana (GNR) (destacamento territorial e GIPS), a Casa do Povo de SB Messines e outras entidades privadas que cooperaram com as autoridades durante as operações.

Durante o dia 1 de novembro, domingo, o SMPCF efetuou a sectorização do concelho em três áreas de reconhecimento para avaliação e reporte de situações de emergência e manteve uma permanente articulação com os comandantes dos corpos de bombeiros, GNR e presidentes de junta freguesia, procurando apoiar e identificar situações de risco provocadas pelo mau tempo.

Ao longo do dia, foram restabelecidas diversas vias de comunicação e procedeu-se à desobstrução de linhas de água com apoio da Unidade de Máquinas e Viaturas da autarquia e das juntas de freguesia.

As áreas em risco de subsidência e colapso foram sinalizadas e confinadas, fazendo-se, ainda, a avaliação e restabelecimento dos sistemas de drenagem, de modo a garantir o maior escoamento possível das águas.

Durante os dias seguintes (segunda e terça-feiras) fez-se a análise de riscos e reposição da normalidade, tendo essas intervenções sido coordenadas pelo SMPCF e executadas com o apoio da Unidade de Máquinas e Viaturas, equipa de logística, equipas da rede viária, Divisão de Serviços Urbanos e Ambiente e sector de Ação Social.

Recordamos, ainda, que o SMPC desenvolveu esforços, antes do dia 1 de novembro, no sentido de poderem ser implementadas medidas de prevenção para situações de maior risco, medidas essas que se verificaram de extrema valia nesta circunstância. Foram, por exemplo, emitidos avisos à população através das vias convencionais e junto dos locais de maior risco, como é o caso dos apoios de praia que, em Armação de Pêra, são mais vulneráveis às intempéries.

Diversos grupos de reconhecimento e avaliação em áreas historicamente atingidas por cheias e inundações rápidas foram criados, com recurso às equipas de sapadores florestais do SMPCF.

Para além disso, foi aberto preventivamente o cordão dunar em Armação de Pêra e feita a sua constante monitorização, intervenção que viria a ser determinante para a salvaguarda da baixa de Armação de Pêra e para o escoamento da bacia hidrográfica da ribeira de Alcantarilha no domingo e segunda-feira, durante e após as intensas precipitações verificadas nos sectores mais a montante.

Foram, igualmente, postas em marcha intervenções de emergência na linha de costa (execução de barreiras de proteção junto aos locais mais vulneráveis), já que se esperavam momentos de grande agitação marítima e foi realizada a abertura e limpeza de valas de escoamento junto ao parque de campismo de Armação de Pêra.

A Presidente da CMS, Rosa Palma, acompanhou todos os trabalhos desenvolvidos pela SMPCF e deixa, a todos, uma palavra de solidariedade e de gratidão pelo empenho demonstrado na salvaguarda de vidas e bens.

Inundação no Concelho de Silves