A Associação de Futebol de Évora, eliminada do Torneio Inter-Associações de Sub-18 em futsal, veio considerar que não existiu verdade desportiva por algumas seleções terem utilizado jogadores de idade inferior às previstas no regulamento da prova. Esta despropositada reacção não é mais do que uma falácia mal imaginada merecedora do nosso total e veemente repúdio.
Estamos na presença de um comportamento lamentável, que condenamos em absoluto, por se apresentar destituído de qualquer fundamento ético ou até, como se alega, regulamentar, e ainda mais nas circunstâncias em que a questão foi levantada: só depois de perder um jogo, e por margem folgada, a Associação de Futebol de Évora descortinou um alegado atropelo ao regulamento da prova…
Querer ganhar na secretaria o que foi perdido em campo não pode levar, em caso algum, ao recurso a argumentos de todo insustentáveis, dado até, nas Selecções jovens de Portugal, tanto no futebol como no futsal, serem regularmente chamados jogadores e jogadoras com idade muito inferior à que se apresenta como limite para o respectivo escalão.
À parte o caso específico de competições de veteranos, tanto a nível interno como na esfera internacional alguma vez surgiu uma reclamação por uma equipa actuar com atletas mais jovens que o limite imposto. A Associação de Futebol de Évora cometeu a “proeza” do ineditismo nesta matéria, com a agravante de pôr em causa a seriedade dos procedimentos adoptados por outras representações, nas quais se inclui a Associação de Futebol do Algarve.
A organização dos Torneios Inter-Associações cabe à Federação Portuguesa de Futebol e, como não poderia deixar de suceder, o regulamento específico da prova nunca poderia, em circunstância alguma, sobrepor-se ao Regulamento Geral de Provas da FPF.
Lamenta-se, de resto, que a FPF não tenha tomado de imediato uma posição clara e inequívoca, logo que surgiu a estranha reação da Associação de Futebol de Évora. Sujeitar a questão a uma votação de um representante de cada uma das delegações presentes, com a condição de existir unanimidade, quando se sabia que haveria sempre uma Associação em total falta de sintonia com as restantes, não se apresentou como o caminho que se impunha. E muito menos se afigurou razoável deixar uma decisão pendente para depois do segundo jogo de Évora, ficando no ar a ideia de que a mesma poderia depender do resultado daquela partida.
Ainda assim, e atendendo à ameaça da punição com derrota levantada na referida reunião, a Associação de Futebol do Algarve não utilizou o seu único jogador nascido em 1998 no primeiro compromisso agendado no âmbito do Torneio Inter-Associações de Sub-18. O mesmo só atuou depois de o Prof. Silveira Ramos, Diretor Técnico da FPF, nos ter garantido, após consulta ao gabinete jurídico da Federação, que o atleta em questão poderia participar na prova, sem qualquer tipo de restrições.
Por: AFA – Associação de Futebol do Algarve





